O projeto BeeFood tem como objetivo criar campos de alimentação específicos para as abelhas e outras espécies polinizadoras.
Num esforço para promover a preservação da biodiversidade e a sustentabilidade ambiental, sete municípios da região de Coimbra estão a preparar-se para implementar um projeto revolucionário. Até ao final deste ano de 2024, mais de 13,5 hectares de áreas florestais vão ser transformadas em campos de alimentos dedicados às abelhas e outras espécies polinizadoras.
O projeto BeeFood, apresentado recentemente em Serpins (concelho da Lousã), tem como objetivo criar campos de alimentação específicos para as abelhas e outras espécies polinizadoras. Emílio Torrão, presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, explicou que o objetivo é recuperar espaços nos territórios para plantar flora que seja atrativa para estes insetos.
“Este projeto pretende criar campos de alimentação não só para abelhas, mas para todas as espécies polinizadoras, recuperando espaços nos territórios para plantar flora que lhes seja apetecível. A existência das polinizadoras é fundamental para a biodiversidade e para a preservação das espécies e da flora natural, sobretudo nos concelhos que são alvo de incêndios e com plantação intensiva do eucalipto e invasão de espécies exóticas”, refere Emílio Torrão, que também é presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho.
Já para o presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, o projeto BeeFood é uma oportunidade não só para preservar a biodiversidade, mas também para fortalecer a indústria do mel na respetiva região. O município da Lousã é conhecido pelo seu mel de Denominação de Origem Protegida (DOP) Serra da Lousã, e espera-se que este projeto contribua para a criação de um ecossistema mais favorável à produção de mel de alta qualidade.
“Um dos objetivos do projeto [BeeFood] é também contribuir para que a fileira do mel, produto identitário do concelho e da região, possa ter um ecossistema mais adequado e permita que as abelhas tenham melhores condições para a produção de mel. A participação deste município [Lousã] no projeto tem vários objetivos, mas um dos mais importantes passa por robustecer e potenciar esta marca forte do concelho que é o mel de Denominação de Origem Protegida (DOP) Serra da Lousã”, realça Luís Antunes.
O projeto BeeFood representa um investimento significativo, no valor de 63.242,34 euros, sendo que 50 mil euros são financiados pelo Fundo Ambiental. Os municípios envolvidos são Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Penacova, Pampilhosa da Serra e Soure, abrangendo assim um total de 13,63 hectares de áreas florestais.
O plano de intervenção será desenvolvido pelo Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, em colaboração com a CIM da Região de Coimbra. Este esforço conjunto visa não só proteger as abelhas e outras espécies polinizadoras, mas também fortalecer a agricultura local e promover a sustentabilidade ambiental na respetiva região.