
No início de janeiro, foi lançada uma petição na Finlândia para banir Israel do festival de música pela alegada violação dos direitos humanos.
Vários artistas finlandeses deram início a uma petição para banir Israel da edição deste ano do Eurovisão. A iniciativa, que já conta com milhares de assinaturas, tem ganho cada vez mais relevo e já se estendeu à Suécia, país anfitrião do respetivo festival em 2024.
A motivação por detrás desta petição é a alegada violação dos direitos humanos por parte de Israel, especialmente em relação aos eventos ocorridos na Faixa de Gaza. “Israel viola os direitos humanos e não achamos correto que utilize o concurso para polir a sua imagem”, referiu o autor da petição, Lukas Korpelainen, a um jornal da Finlândia.
Esta petição já ganhou apoio de Olly Alexander, vocalista da banda Years & Years e representante do Reino Unido na Eurovisão 2024, que alegou que “Israel é um regime de apartheid“. A BBC, emissora britânica responsável pela transmissão do festival, encontra-se agora sob pressão para retirar o cantor israelita da competição, com a embaixada de Israel em Londres a afirmar que “a decisão da BBC de enviar um participante para a Eurovisão que defende visões tão parciais de Israel e promove uma linguagem tão pouco humana dos israelitas é um caso de grande preocupação”.
Na Suécia, a petição conta com mais de mil assinaturas de profissionais ligados à cultura – cantores, músicos e bailarinos. Num comunicado publicado no jornal sueco Aftonbladet, os artistas suecos argumentam que a participação de Israel não apenas compromete a competição, mas também a missão de serviço público da Eurovisão, que “nasceu como um projeto de paz para a união de países e cidadãos através da música”.
A União Europeia de Radiodifusão (UER) já se manifestou, ao dizer que está “empenhada em garantir que a Eurovisão continua a ser um evento não-político, onde são os artistas que competem entre si e não os Governos”, sem deixar de mostrar a sua compreensão pelas preocupações relacionadas com o conflito no Médio Oriente.
De relembrar que esta não é a primeira vez que a participação de Israel na Eurovisão gera controvérsia. Em 2018 – ano em que o festival foi realizado em Lisboa (Portugal) –, após a vitória da israelita Netta, ativistas internacionais já tinham apelado ao boicote a Israel na edição seguinte, levantando nessa altura questões sobre a politização do evento musical. Há ainda os exemplos de 2021, em que União Europeia de Radiodifusão baniu a Bielorrússia da competição por questões de violação da liberdade de imprensa, e de 2022, onde a UER baniu a Rússia pela invasão do território ucraniano.
A 68ª edição do Festival Eurovisão da Canção está marcada para acontecer em Malmö (Suécia), entre os dias 7 e 11 de maio de 2024.