Tal como fazemos com o vinho, onde procuramos experimentar aromas e sabores diferentes daqueles a que estamos habituados, porque não fazer o mesmo com o azeite?
Vem isto a propósito, do recente lançamento no mercado, do azeite da Quinta de Lagoalva proveniente de azeitonas das varietais Frantoio e Moraiolo, duas variedades de oliveiras, originárias de Itália, pouco comuns no nosso país, mas presentes nesta quinta ribatejana desde 1875.
Feito num lagar equipado com moderna tecnologia a baixa temperatura e com controlo rigoroso, a que se junta um reduzido tempo entre a apanha e a transformação, o produto final é um azeite com um aroma frutado de azeitona madura, suave e doce na boca, com um ligeiro toque de amargo e picante no final.
Pertença da família Holstein Campilho, com os seus 600 hectares e uma das maiores e mais antigas quintas da região do Ribatejo, sendo a sua mais conhecida produção o vinho, mas também produzindo mel, milho, ervilha, brócolos, trigo, aveia, luzerna e azevém, para além do azeite.
Com uma nova imagem (já presente na edição anterior), o Quinta da Lagoalva Azeite Virgem Extra da colheita de 2023/2024 foi lançado em Portugal e também no mercado internacional, em países como Polónia, França e Suíça.
Entre nós está disponível em garrafas de 0,5l (8,99€) e em garrafão de 5 litros (49€). Em garrafa, pode encontra-se à venda na Adega Mercado Santos, na Adega São Bento, no El Corte Inglés, no E.Leclerc, na Living Wine, nas Lojas Francas dos Aeroportos ou na Mercearia Criativa, por exemplo. Na loja da Quinta, em Alpiarça, ou na sua loja on-line existem os dois formatos.
Na Quinta da Lagoalva, a produção de azeite remonta a 1875, altura em que o Duque de Palmela mandou plantar um olival com as variedades italianas atrás referidas Frantoio e Motaiolo. Foi pioneiro nesta introdução, dando assim a este olival o título do mais antigo destas duas variedades, em Portugal. Com 150 anos, tem cerca de 9 hectares e dá origem ao Quinta da Lagoalva Azeite Virgem Extra, cuja primeira edição é da colheita de 2010/2011. A família sentiu necessidade de lançar azeite engarrafado, como um complemento ao seu portfólio de vinhos. Até então, o azeite era vendido a granel, o que continua a acontecer, mas não o mesmo que tem origem nas oliveiras centenárias. Em 2007 foram plantados 6,5 hectares de olival em sebe, aos quais se juntam, este ano, mais 17 hectares. Um investimento que dá à Quinta da Lagoalva uma área total de 32,5 hectares de olival.
Um pouco de História
A Quinta da Lagoalva de Cima estende-se pela margem sul do rio Tejo, a um par de quilómetros da vila de Alpiarça e a pouco mais de 10 de Santarém. A sua história remonta ao séc. XII, quando, 50 anos após o Tratado de Zamora (1143), o rei de Portugal D. Sancho I assinou a comenda de doação de vários territórios nesta região à Ordem de Santiago de Espada, após os seus heroicos feitos na conquista de Santarém. Entre as várias propriedades estava a Quinta da Lagoalva, que pertenceu a esta ordem durante seis séculos, datando de 1193 o seu primeiro registo. Em 1834, com a vitória dos liberais sobre os absolutistas e a consequente extinção das ordens religiosas, a Lagoalva foi comprada por Henrique Teixeira de Sampayo, 1.º Conde da Póvoa. Entre 1841 e 1842 todos os bens passaram para D. Maria Luísa Noronha de Sampayo, que, em 1846, casou com D. Domingos António Maria Pedro de Sousa e Holstein, 2.º Duque de Palmela, revertendo, a partir dessa época, os bens para a Casa Palmela e, passando, por sucessão, para os seus descendentes, até à atualidade.
Com 660 hectares contíguos, a Quinta da Lagoalva é a maior e mais emblemática – até pela sua dimensão histórica e cultural – de um coletivo de várias propriedades pertença do Grupo Lagoalva. Este grupo é detido pela família Holstein Campilho, estando à sua frente os (seis) irmãos Manuel, como Presidente do Conselho de Administração; Maria do Carmo; Pedro; Maria José (representada pela sua filha Inês Campilho Chaves); João e Miguel, como vogais. O Grupo Lagoalva tem várias áreas de negócio, como vinhos e azeite; enoturismo; agricultura; coudelaria; equipamentos e serviços de rega. Explora uma área total de cerca de 5.500 hectares, de entre os quais se destacam 4.000ha de floresta, 1.000ha de agricultura de regadio, cerca de 46ha de vinha e 16ha de olival.