A Organização Meteorológica Mundial destaca sete sinais claros de que as alterações climáticas induzidas pelo homem se agravaram nos últimos anos.
Os sinais claros das alterações climáticas induzidas pelo homem atingiram novos patamares em 2024, levando a que algumas das consequências sejam já irreversíveis ao longo de centenas ou mesmo milhares de anos, de acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que sublinhou igualmente as enormes perturbações económicas e sociais decorrentes de condições meteorológicas extremas.
O relatório da OMM sobre o estado do clima mundial confirmou que 2024 foi provavelmente o primeiro ano civil a registar um aumento superior a 1,5 °C em relação à era pré-industrial, com uma temperatura média global próxima da superfície de 1,55 ± 0,13 °C acima da média de 1850-1900. Este é o ano mais quente do registo observacional de 175 anos.
O relatório da OMM destaca sete ideias-chave:
- A concentração atmosférica de dióxido de carbono atingiu os níveis mais elevados dos últimos 800 mil anos.
- Globalmente, cada um dos últimos dez anos foi individualmente o mais quente de que há registo.
- Cada um dos últimos oito anos estabeleceu um novo recorde para o conteúdo de calor dos oceanos.
- As 18 extensões de gelo marinho no Ártico mais baixas de que há registo ocorreram todas nos últimos 18 anos.
- As três extensões de gelo antártico mais baixas registadas ocorreram nos últimos três anos.
- A maior perda trienal de massa glaciar de que há registo ocorreu nos últimos três anos.
- A taxa de subida do nível do mar duplicou desde o início das medições por satélite.
“O nosso planeta está a emitir mais sinais de perigo – mas este relatório mostra que ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5 graus Celsius. Os líderes têm de tomar medidas para que isso aconteça – aproveitando os benefícios das energias renováveis baratas e limpas para as suas populações e economias – com os novos planos nacionais para o clima que deverão ser apresentados este ano”, afirma o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.