A árvore criptoméria é emblemática no Japão e também um elemento essencial da paisagem dos Açores. Serviu de inspiração para as fardas da equipa portuguesa na Expo 2025 Osaka.
Portugal está presente na Expo 2025 Osaka, no Japão, exposição mundial que decorre até 13 de outubro. “Oceano, Diálogo Azul” é o tema da participação de Portugal no evento, com o país a querer aproveitar esta exposição para fazer avançar os compromissos assumidos para a concretização de alguns ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), designadamente o ODS 14 (conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos) e o ODS 7 (garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos), através da promoção de projetos e parcerias frutuosas entre instituições governamentais, empresas, academia e ONG.
Os uniformes da equipa do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka, que foram concebidos pelos designers Filipe Augusto e Miguel Flor, da ModaPortugal, têm também como inspiração o ambiente, mais especificamente a árvore criptoméria japonesa (Cryptomeria japonica). Esta árvore emblemática do Japão é também um elemento essencial da paisagem dos Açores, onde foi introduzida no século XIX, tornando-se a principal espécie florestal do arquipélago.
Esta espécie tem também a virtude de espelhar as relações entre Portugal e Japão, as quais remontam a 1543, com a chegada dos navegadores portugueses ao arquipélago nipónico. Desde então, houve trocas culturais e comerciais significativas, visíveis na língua, na gastronomia e em diversos produtos. A criptoméria é um desses elos.
A criptoméria é uma conífera também conhecida como cedro-japonês, embora não seja um cedro. O nome cedro-japonês foi-lhe atribuído pelo facto de a sua madeira ser perfumada e avermelhada como a do cedro. Árvore de folha perene, a criptoméria tem folhas em forma de agulha, sendo antes da família dos zimbros, ciprestes e falsos-ciprestes, sequoias e tuias. A árvore pode atingir 70 metros de altura. A madeira da criptoméria caracteriza-se por ser bastante impermeável, consequência da grande quantidade de resina.
Esta árvore é valorizada tanto pela sua estética como pelas suas propriedades naturais. A sua madeira, de tom rosado a castanho-avermelhado, é leve, resistente à humidade e à degradação (devido à resina), sendo utilizada na construção civil, mobiliário, fabrico de instrumentos musicais e até pranchas de surf. No Japão, é frequentemente plantada junto a templos e santuários xintoístas, reforçando a sua ligação à tradição e ao património cultural.
“Com esta abordagem, os uniformes do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka traduzem não só a conexão histórica e cultural entre Portugal e Japão, mas também um compromisso com a inovação sustentável”, explica a organização da exposição do lado português.