Além do consumo de álcool, a Organização Mundial da Saúde também alerta para o aumento do consumo de cigarros nos jovens até aos 15 anos.
O Escritório Regional Europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou, num relatório divulgado recentemente, uma tendência preocupante no consumo de álcool e de cigarros entre os mais jovens. De acordo com os dados, a maioria dos adolescentes até aos 15 anos de idade já experimentou álcool, com 37% dos mesmos a relatarem ter consumido álcool no último mês.
O relatório da OMS destaca que o álcool é a substância mais consumida entre os jovens, com 57% dos adolescentes de 15 anos a já terem experimentado. Além disso, cerca de um em cada dez (10%) adolescentes admite ter-se embriagado pelo menos duas vezes na vida.
“Estas descobertas destacam o quão normalizado e disponível está o álcool, mostrando a necessidade urgente de melhores medidas para proteger as crianças e os jovens dos danos causados por este consumo”, refere o Escritório Regional Europeu da OMS.
A preocupação da OMS é ainda mais acentuada devido à popularidade crescente dos cigarros eletrónicos entre os mais jovens. Os dados do respetivo relatório revelam que 32% dos jovens de 15 anos já experimentaram cigarros eletrónicos, com 20% dos mesmos a relatarem o uso nos últimos 30 dias. Esta tendência é particularmente preocupante a partir dos 13 anos de idade, com 16% dos jovens a já terem experimentado cigarros eletrónicos na sua vida.
Diante destes números, a OMS realça a necessidade urgente da implementação de medidas mais eficazes para proteger as crianças e os jovens dos danos causados pelo consumo de álcool e de cigarros eletrónicos. A organização alerta para a importância de abordagens mais específicas, como regulamentações sobre a disponibilidade e publicidade desses mesmos produtos e sobre a sua presença em plataformas de entretenimento e de jogos online frequentados pelos mais jovens.
Além disso, o relatório do Escritório Regional Europeu da OMS destaca ainda uma mudança significativa na disparidade de género no consumo de substâncias, com as raparigas a igualarem ou até a superarem os rapazes no consumo de tabaco, de álcool e de cigarros eletrónicos.
No que diz respeito ao consumo de cannabis, os dados revelam que houve uma ligeira diminuição no consumo entre os jovens até aos 15 anos de idade, passando dos 14% para os 12%, entre os anos de 2018 e de 2022. No entanto, a OMS continua a realçar a importância da vigilância e da implementação de estratégias preventivas para combater o consumo prejudicial destas substâncias entre os mais jovens.