
Vários líderes políticos e defensores dos direitos humanos já reagiram à morte de Alexei Navalny, exigindo uma investigação da mesma.
Alexei Navalny, o principal opositor do Kremlin e renomado ativista político, faleceu aos 47 anos numa prisão russa, onde estava a cumprir uma pena de quase 20 anos por atividades consideradas extremistas pelo Governo liderado por Vladimir Putin. O anúncio foi feito esta sexta-feira (16 de fevereiro), mas até ao momento são desconhecidas as causas exatas da sua morte.
O respetivo serviço prisional refere que “o prisioneiro Alexei Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência quase de imediato. Todos os meios de ressuscitação foram realizados, sem resultados positivos, com os médicos da ambulância a declararem a morte do prisioneiro”, pode ler-se no comunicado, que realça ainda que “as causas da morte estão a ser analisadas”.
Alexei Navalny ganhou destaque pela sua luta incansável contra a corrupção e o autoritarismo na Rússia, desafiando de forma aberta e pública o Governo de Vladimir Putin. A sua coragem e determinação tornaram-no um símbolo de resistência para muitos russos que procuram mudanças democráticas no país.
Vários líderes políticos já reagiram com choque e indignação à notícia da morte de Alexei Navalny, responsabilizando o Kremlin e exigindo uma investigação completa sobre as circunstâncias do ocorrido. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, destacou o crescente autoritarismo na Rússia e a necessidade de esclarecimentos, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, responsabilizou o regime russo pela morte do ativista político.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também reagiu à morte de Alexei Navalny, afirmando que Vladimir Putin “deve ser responsabilizado pelos seus crimes”, mensagem partilhada por outros líderes políticos e defensores dos direitos humanos, como Olaf Scholz (chanceler alemão), Rishi Sunak (primeiro-ministro britânico), Oleg Orlov (vencedor do Nobel da Paz em 2021), Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia), Roberta Metsola (presidente do Parlamento Europeu), entre outras personalidades.
The world has lost a fighter whose courage will echo through generations.
Horrified by the death of Sakharov Prize laureate Alexei Navalny.
Russia took his freedom & his life, but not his dignity.
His struggle for democracy lives on.
Our thoughts are with his wife & children. pic.twitter.com/JMSAkLpb0T
— Roberta Metsola (@EP_President) February 16, 2024
Entretanto, a mãe de Alexei Navalny, Lyudmila Navalnaya, escreveu nas redes sociais que o filho estava “vivo, saudável e feliz” quando o viu pela última vez, no passado dia 12 de fevereiro (segunda-feira).
Destacar ainda que um tribunal de Moscovo emitiu, esta quinta-feira (15 de fevereiro), um mandado para deter Olga Mikhailova, advogada de Alexei Navalny, sob a acusação de participar numa organização extremista, denominada de Fundo Anticorrupção, que foi fundada pelo falecido ativista e ilegalizada pelas autoridades russas desde 2021. Atualmente a advogada vive fora da Rússia e caso seja detida terá de passar por um período de dois meses na prisão, de acordo com as informações da agência estatal russa TASS.