O empresário Manuel Serrão e o jornalista Júlio Magalhães foram alvos de buscas da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP).
A Polícia Judiciária (PJ) realizou na manhã desta terça-feira (19 de março) uma megaoperação em várias regiões de Portugal, incluindo a Grande Lisboa e o Grande Porto, com o objetivo de desvendar um esquema fraudulento relacionado com a obtenção de fundos europeus. Entre os alvos das buscas realizadas estão o jornalista da TVI/CNN Portugal Júlio Magalhães e o empresário e comentador televisivo Manuel Serrão.
As investigações apontam para um suposto desvio de mais de 50 milhões de euros (50.000.000€) no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com suspeitas de que este montante tenha sido obtido de forma ilícita através de candidaturas fraudulentas a fundos e de despesas fictícias e inflacionadas.
O empresário Manuel Serrão, que é presidente da Associação Selectiva Moda (ASM), é apontado como um dos principais suspeitos de um esquema relacionado com a indústria têxtil e com eventos de moda. Alegadamente, este esquema terá permitido desviar cerca de 40 milhões de euros (40.000.000€) através de candidaturas fraudulentas ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e ao Plano de Recuperação e Resiliência.
O jornalista Júlio Magalhães também é mencionado nas investigações, tendo sido alvo de buscas devido à sua associação com Manuel Serrão em algumas empresas. As autoridades suspeitam que estas empresas tenham sido utilizadas e criadas como parte de um esquema fraudulento, de forma a falsificar e inflacionar despesas de milhões de euros na realização de eventos.
“Em causa estão esquemas organizados de fraude que beneficiam um conjunto de pessoas singulares e coletivas, lesando os interesses da União Europeia e do Estado português, quer em sede de financiamento através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), quer através da subtração aos impostos devidos”, refere a Polícia Judiciária.
Esta megaoperação, conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária em coordenação com o Ministério Público (MP), visa esclarecer a extensão deste alegado esquema fraudulento que terá lesado tanto o Estado português como a União Europeia (UE) em vários milhões de euros.
Não houve detenções – até ao momento da publicação deste artigo – relacionadas com esta operação, denominada de Operação Maestro, que contou com a participação de mais de 250 inspetores, 32 peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística (UPFC) e com a colaboração das Unidades Nacionais, Diretoria do Norte, Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, Diretoria do Centro, Departamentos de Investigação Criminal de Setúbal, Braga, Guarda e Aveiro, para além de Magistrados Judiciais, Magistrados do Ministério Público e Especialistas da Procuradoria-Geral da República (PGR).