Poucos nomes evocam tanto poder e elegância como Bugatti. A marca francesa sempre foi sinónimo de exclusividade, mas agora atinge um marco ainda mais especial: a despedida do icónico motor W16. E essa despedida não poderia ser mais espetacular do que com o W16 Mistral, o derradeiro roadster da era W16, cuja primeira unidade acaba de sair do atelier de Molsheim, marcando o início de uma nova viagem para os seus sortudos proprietários.
Um Legado de Potência e Beleza
A Bugatti sempre uniu arte e engenharia como poucas marcas no mundo automóvel. Desde o lendário Type 57 Roadster Grand Raid Usine de 1934, passando pelo majestoso Type 57S Roadster da Corsica, o conceito de roadster sempre esteve no ADN da marca. Agora, o W16 Mistral resgata essa tradição e dá-lhe um final épico – um canto do cisne para um motor que definiu uma geração de hipercarros.
Apresentado em 2022 durante a Monterey Car Week, o W16 Mistral arrebatou olhares, conquistando corações com o seu design arrebatador e promessa de performance sem igual. Desde então, percorreu o mundo, exibindo a sua silhueta deslumbrante desde os desertos do Médio Oriente até à eletrizante paisagem urbana de Tóquio, antes de regressar a casa – às estradas sinuosas da Côte d’Azur, onde o vento Mistral sopra e inspirou o seu nome.
A 453 km/h de cabelos ao vento
Este não é apenas um automóvel bonito – é um titã da estrada. No seu coração, pulsa a última versão do motor W16 quadriturbo, capaz de debitar impressionantes 1.600 cv. E em 2024, o W16 Mistral garantiu um lugar na história ao atingir 453,91 km/h, tornando-se oficialmente o roadster mais rápido de sempre.
A experiência de condução é algo quase místico. Um carro sem tejadilho que entrega uma sensação de liberdade absoluta, permitindo que o som do motor e a força do vento se tornem parte da viagem. Combinado com uma aerodinâmica refinada e materiais de ponta, o Mistral não é apenas um tributo ao passado – é um verdadeiro hino à engenharia automóvel.
Obras de Arte Sobre Rodas
Cada unidade do W16 Mistral é uma peça única, feita sob medida para os seus exclusivos proprietários. Entre as primeiras unidades entregues, destaca-se um modelo com carroçaria Black Carbon e detalhes em Bugatti Light Blue Sport, uma combinação imponente que exala sofisticação e agressividade.
Por outro lado, há uma versão totalmente oposta, com um corpo em White Glacier contrastado por detalhes em Blue Carbon e Italian Red, uma referência tanto ao legado francês da Bugatti como à bandeira americana, destino de algumas destas preciosidades.
Mas a atenção ao detalhe vai mais além. No interior, o comando da caixa de velocidades exibe uma escultura do icónico “Dancing Elephant” de Rembrandt Bugatti, uma joia esculpida num único bloco de alumínio ou vidro colorido, um tributo ao lendário Bugatti Type 41 Royale.
Um adeus apoteótico
Com a chegada do W16 Mistral às mãos dos seus proprietários, a Bugatti encerra um dos capítulos mais extraordinários da sua história. E já olha para o futuro, com o novo Tourbillon, que inaugura uma era de eletrificação e tecnologia de ponta.
Hendrik Malinowski, Diretor-Geral da Bugatti, resume esta despedida de forma perfeita:
“O W16 Mistral não é apenas um tributo à nossa herança; é um símbolo da inovação e da busca incansável pela perfeição. É o fecho de ouro de uma era inesquecível.”
A era W16 pode ter chegado ao fim, mas o seu rugido ecoará para sempre na história da Bugatti e da indústria automóvel mundial.
Artigo por Rui Reis