A Comissão Técnica Independente recomendou a opção Alcochete como a mais viável, mas as organizações ambientalistas têm uma opinião diferente.
Nove Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA) uniram forças para rejeitar a viabilidade ambiental das opções que incluem o Montijo e destacaram Vendas Novas como o local “mais favorável” para o novo Aeroporto de Lisboa. O parecer conjunto foi entregue no âmbito da consulta pública do relatório preliminar da Comissão Técnica Independente (CTI), responsável pela avaliação ambiental estratégica do projeto, que recomendou as opções de Alcochete (a mais viável) e de Vendas Novas.
As organizações ambientalistas, que incluem a Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (Almargem), a Associação Natureza Portugal, em associação com a WWF (ANP|WWF), A Rocha (Associação Cristã de Estudos e Defesa do Ambiente), a FAPAS (Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade), a GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), a LPN (Liga para a Proteção da Natureza), a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza), a SPEA (Sociedade para o Estudo das Aves) e a associação Zero, realçaram que “todas as opções que incluem Montijo são ambientalmente inviáveis”, apelando mesmo para que as entidades responsáveis rejeitem a renovação da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) relativa ao Aeroporto do Montijo e as suas acessibilidades, e que a opção Alcochete é “significativamente mais desfavorável do que as outras opções ambientalmente viáveis. Em matéria de impacto ecológico […], Alcochete destaca-se como a mais desfavorável das três opções ambientalmente viáveis”.
O respetivo parecer destaca que, em termos gerais, “Vendas Novas é mais favorável, com exceção da dimensão florestal e nos recursos hídricos superficiais”. De acordo com estas nove organizações ambientalistas, Vendas Novas também se destaca pela segurança e pela navegabilidade aérea, com menor risco de interferência nos corredores naturais de aves migradoras em comparação com a opção de Alcochete, que por sua vez é apontado como “o local mais desfavorável em termos de impacto ecológico, designadamente em relação à avifauna, bem como de afetação de áreas florestais e riscos para o aquífero do baixo Tejo e Sado”.
As associações ambientalistas valorizam ainda o transporte público, onde realçam que Alcochete é “significativamente mais desfavorável” devido aos “custos elevados” necessários para novas acessibilidades, especialmente no que diz respeito à ferrovia convencional. Neste mesmo parecer, as organizações ambientalistas apelam por fim à “prioridade imediata à mitigação dos impactos” do atual Aeroporto de Lisboa, independentemente da solução escolhida para o novo aeroporto.
O período de consulta pública do relatório preliminar da Comissão Técnica Independente, que apontou Alcochete e Vendas Novas como as opções mais viáveis, terminou na passada sexta-feira (26 de janeiro) e agora espera-se a tomada de decisão pelas autoridades competentes, decisão essa que ainda deverá ter que esperar pelas eleições legislativas marcadas para o dia 10 de março deste ano.