Quase 70% dos portugueses têm dificuldades em pagar as contas, segundo o barómetro DECO PROteste referente a 2024, divulgado em março deste ano.
Esta realidade financeira acentua a importância do 25 de abril, uma data que, além de assinalar o Dia da Liberdade em Portugal, coincide com o Dia Internacional da Consciencialização para a Independência Financeira, que visa promover e incentivar as pessoas a assumirem o controlo das suas finanças. Reconhecendo os desafios económicos que os portugueses enfrentam, a Simplefy apresenta cinco estratégias práticas e realistas, adaptadas ao contexto português, para orientar na conquista da autonomia financeira.
Seguir a Filosofia FIRE (Financial Independence, Retire Early)
Este movimento propõe a construção de uma base financeira sólida para que, idealmente entre os 30 e 50 anos, se deixe de depender do trabalho ativo. Os adeptos do FIRE poupam e investem agressivamente uma parte significativa do rendimento (30% a 70%) ao longo de 15 a 20 anos. Quando atingem o seu “número FIRE”, vivem exclusivamente dos rendimentos gerados pelos investimentos. A regra dos 4% ajuda a calcular o montante necessário: ao retirar apenas 4% por ano do património acumulado, o capital deverá durar toda a vida.
Desenhar uma “taxa de independência” personalizada
Não existe um valor universal. A chave está em calcular uma “taxa de independência”, ou seja, qual é o valor necessário para viver por mês, que deverá ser personalizada e baseada nas despesas mensais. Depois de encontrado o valor anual, deverá ser multiplicado por 25 e seguir a regra dos 4% (que representa 1/25). Por exemplo, se forem necessários 18.000€ anuais para viver, deverão ser acumulados 450.000€ para atingir a independência financeira.
Promover os recebimentos passivos
Os rendimento passivos contribuem para a liberdade financeira, uma vez que continuam a gerar dinheiro mesmo quando não se está a trabalhar. Entre as opções mais viáveis encontram-se: fundos de distribuição de dividendos, arrendamento de imóveis, juros de depósitos a prazo, PPRs, ETFs e ações. Estes instrumentos permitem criar um fluxo constante de rendimento sem exigir tempo de trabalho ativo.
Criar múltiplas fontes de rendimento
Apostar na diversificação das fontes de rendimento complementares ao salário contribui para alcançar a liberdade financeira. Rentabilizar um hobbie, como fotografia, artesanato ou música, criar conteúdos digitais para as redes sociais, dar explicações ou prestar serviços de consultoria poderão ser boas formas de obter mais liquidez. Esta estratégia não só aumenta o rendimento global como também reduz o risco associado à dependência de uma única fonte de rendimento.
Reduzir os custos ao máximo
Para aumentar o nível de investimento é crucial reduzir os custos e canalizar os recursos financeiros para o que realmente importa. Revisitar os contratos de serviços essenciais, como eletricidade e telecomunicações, avaliar subscrições de plataformas de streaming e outras despesas correntes, tudo conta para baixar as despesas no final do mês. No caso dos créditos, que representam frequentemente a maior fatia das despesas, um intermediário especializado pode ajudar a avaliar a prestação mais competitiva do mercado, libertando capital para investimentos rentáveis a longo prazo.