A greve dos trabalhadores da Global Media Group ocorre no mesmo dia em que termina o prazo para a adesão às rescisões voluntárias.
Os trabalhadores da Global Media Group (GMG) iniciaram, esta quarta-feira (10 de janeiro) – dia em que termina o prazo para a adesão às rescisões voluntárias –, uma greve de 24 horas, em resposta à decisão da Comissão Executiva do grupo de negociar rescisões com 150 a 200 funcionários e de implementar uma reestruturação. A paralisação foi convocada por vários sindicatos, como o Sindicato dos Jornalistas (SJ), o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) e o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT).
“Os sindicatos acreditam que será uma grande manifestação da vontade de mostrar à Comissão Executiva e aos acionistas do GMG total repúdio pela intenção de dispensar 200 trabalhadores e os efeitos que estes cortes cegos e brutos vão repercutir no Jornal de Notícias, no Diário de Notícias, n’O Jogo, no Dinheiro Vivo, nas várias revistas, na Naveprinter e em todas as áreas e empresas do grupo. A ‘comissão executora’ contrata dezenas de consultores, assessores e diretores, com vencimentos bem superiores à média do grupo, aumentando os custos da empresa em mais de dois milhões de euros [2.000.000€]”, realçam as respectivas estruturas sindicais. O Sindicato dos Jornalistas propõe a todos os jornalistas de Portugal uma hora de solidariedade – entre as 14h00 e as 15h00 –, para “demonstrar a importância do jornalismo na sociedade”.
Os trabalhadores da Global Media Group consideram que a atual administração tem demonstrado um “total desrespeito pelas pessoas que há anos mantêm vivas as várias empresas do grupo, com salários do século passado”.
Estas são algumas das razões para a greve de 24 horas que está a decorrer esta quarta-feira e que contará com alguns protestos. Na cidade do Porto, os trabalhadores da Global Media Group vão protestar junto à sede do Jornal de Notícias (JN), junto à histórica sede do JN e à frente da Câmara Municipal do Porto, na praça General Humberto Delgado. Em Lisboa, os protestos serão na escadaria da Assembleia da República e junto à sede da Global Media Group, nas Torres de Lisboa.
Para além da presença física dos trabalhadores nos respetivos protestos, esta greve também vai afetar os sites e as redes sociais do Jornal de Notícias, do Diário de Notícias (DN), d’O Jogo e do Dinheiro Vivo, que durante estas 24 horas não vão publicar qualquer notícia. Os trabalhadores da TSF também aderiram à respetiva paralisação.
No passado dia 6 de dezembro de 2023, a Comissão Executiva, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que a reestruturação era necessária para evitar “a mais do que previsível falência” da Global Media Group. A adicionar a esse comunicado, os trabalhadores do grupo, para além de enfrentarem a possibilidade de despedimento – o despedimento coletivo poderá ser uma realidade, de acordo com José Paulo Fafe, caso não haja um número de rescisões voluntárias suficientes –, não receberam os salários de dezembro, o subsídio de Natal – a empresa diz que estes serão pagos em duodécimos durante este ano, o que é uma violação da legislação – e ficaram ainda a conhecer o fim das prestações de serviços a partir deste mês de janeiro de 2024.