A taxa de circularidade indica a percentagem de recursos materiais provenientes de resíduos reciclados. A europa tem uma taxa reduzida e, dentro do panorama europeu, Portugal é dos piores.
A União Europeia adotou medidas para permitir a transição para uma economia circular, o que significa uma viragem em relação aos modelos de produção e padrões de consumo “lineares”. Esta transformação está consagrada no Plano de Ação para a Economia Circular, que integra o Pacto Ecológico Europeu.
“A adoção dos princípios da economia circular pode trazer mudanças significativas na forma como os materiais e os produtos são fabricados e utilizados. A aplicação bem sucedida de políticas neste domínio alterará os sistemas de produção e consumo e minimizará os desperdícios de produção e o consumo de materiais e energia. Numa economia circular europeia, a extração de recursos naturais será minimizada, bem como os impactos ambientais e climáticos impactos ambientais e climáticos associados. Além disso, a utilização em grande escala de matérias-primas secundárias como matéria-prima para a indústria transformadora europeia reduzirá a vulnerabilidade às cadeias de cadeias de abastecimento externas e reforçará a autonomia estratégica aberta da EU”, salienta o estudo “Accelerating the circular economy in Europe”, da Agência Europeia do Ambiente.
Este relatório afirma que, nos últimos anos, registaram-se progressos positivos no sentido da circularidade na Europa, tais como o aumento das taxas de reciclagem e a emergência de uma economia da partilha e de outros modelos de negócio circulares.
A Europa consome, inclusive, uma percentagem mais elevada de materiais reciclados do que outras regiões do mundo, mas quando se olham para os números é quase impossível não sentirmos uma certa desilusão.
Isto porque, de acordo com a Agência europeia para o Ambiente, a taxa de circularidade (percentagem de recursos materiais provenientes de resíduos reciclados) na Europa é de 11,5% em 2022. Isto significa que 11,5% dos recursos materiais utilizados na UE vieram de materiais reciclados.
Em 2022, a taxa de circularidade mais elevada por principal tipo de material foi a dos minérios metálicos com 23,9 % (+0,6 p.p. face a 2021), seguida dos minerais não metálicos com 13,7 % (-0,1 p.p.), da biomassa 10,0 % (+0,6 p.p.) e dos materiais/transportadores de energia fóssil com 3,2 % (sem alteração).
Na Europa, em 2022, a taxa de circularidade foi mais elevada nos Países Baixos (27,5%), seguida pela Bélgica (22,2%) e França (19,3%). A taxa mais baixa foi registada na Finlândia (0,6%), Roménia (1,4%) e Irlanda (1,8%). Em Portugal, esse indicador é de 2,5%.
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Mais: apesar de uma cada vez maior ênfase na circularidade, os progressos na UE têm sido lentos na taxa de circularidade (o crescimento de 2022 face a 2010 foi de apenas 0,8 pontos percentuais, segundo o relatório “Accelerating the circular economy in Europe”). Esta análise sublinha igualmente que estamos ainda muito longe da ambição de duplicar a taxa de circularidade da União até 2030.
O relatório explica, no entanto, que muitas políticas de economia circular ainda são relativamente recentes e que algumas ainda não foram plenamente aplicadas a nível nacional. Além disso, “o impacto destas medidas demora algum tempo a concretizar-se em alterações nos modelos de negócio, nos padrões de consumo e, em última análise, nos nossos padrões de utilização dos recursos”.
Mas, independentemente da implementação destas políticas, o documento acentua uma ideia: é possível fazer mais.