
Nos últimos anos, um número crescente de municípios tem implementado programas de recolha de grandes eletrodomésticos porta-a-porta. O que pretendem com isso?
Os grandes eletrodomésticos, como frigoríficos, fogões e máquinas de lavar roupa, apresentam desafios significativos para os consumidores quando chega o momento de descartá-los. Muitas vezes, as pessoas enfrentam dificuldades para transportar esses objetos devido ao seu tamanho e peso. Por vezes, nem sequer têm um veículo que os consiga levar, o que faz com que tentem até desmontá-los, por sua conta e risco, para depois os levar para o contentor do lixo. Contudo, há uma falta de conhecimento sobre os impactos ambientais negativos que podem surgir com este tipo de atitudes: se os mais diversos equipamentos elétricos não forem descartados corretamente, se começarem a ser desmontados por “curiosos” ou, até mesmo, se forem acumulados em casa, nas garagens e nas arrecadações.
Para enfrentar estas questões, vários municípios estão a implementar, em conjunto com as entidades gestoras de resíduos elétricos e eletrónicos, serviços de recolha porta-a-porta.
São vários os propósitos destes projetos porta-a-porta.
Desde logo e o mais óbvio é que esse tipo de serviço oferece uma solução conveniente para os cidadãos, permitindo que os moradores agendem a recolha dos seus grandes eletrodomésticos diretamente nas suas residências, eliminando assim as barreiras logísticas que muitas vezes impedem o fim apropriado desses equipamentos.
Este tipo de serviço pretende ainda colmatar falhas que se verificam ao nível da chamada logística inversa, ou seja, quando é recolhido um equipamento usado na compra de um novo.
Esta solução visa também dar resposta à problemática que constitui o mercado paralelo: muitos equipamentos elétricos de grandes dimensões, que são colocados na via pública para serem transportados pelos serviços municipais, acabam por ser desviados do circuito oficial antes da chegada da viatura de recolha de resíduos. E indo para o mercado paralelo, o seu destino é uma incógnita, podendo acabar atirados para um aterro ou uma mata.
Se recolhidos por este serviço porta-a-porta é garantido um tratamento adequado desses aparelhos, conseguindo-se evitar a libertação de elementos químicos presentes nestes equipamentos e que são prejudiciais à saúde e ao ambiente.
As recolhas porta-a-porta permitem garantir que 99% dos equipamentos estão completos, o que significa que todos os componentes nocivos para o ambiente podem ser eliminados em segurança em unidades especializadas. Há assim um menor risco de contaminação do solo e da água por substâncias químicas nocivas, ao mesmo tempo que se aumenta o potencial de reciclagem e reutilização desses materiais, o que acarreta, igualmente, a diminuição de custos ambientais e de tratamento, numa lógica de economia circular.
Em suma, os programas de recolha de grandes eletrodomésticos porta-a-porta representam uma abordagem para lidar com os desafios ambientais associados ao descarte desses produtos. Ao fornecer um serviço conveniente e consciente, os municípios dão condições aos cidadãos de agirem de forma responsável e contribuírem para a preservação do ambiente.
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