A sustentabilidade ambiental ainda ocupa um lugar modesto nas prioridades alimentares dos portugueses, sendo referida por apenas 4% como fator decisivo nas suas escolhas.
Um estudo recente da ConsumerChoice revela que os consumidores portugueses estão mais conscientes da relação entre a alimentação e o combate às alterações climáticas. Com 41% dos entrevistados dispostos a mudar os seus hábitos alimentares para ajudar o meio ambiente, este relatório lança luz sobre a crescente, embora gradual, adesão a práticas alimentares mais sustentáveis.
O estudo mostra que 26% dos consumidores já fazem um esforço para seguir uma alimentação sustentável sempre que possível, enquanto 51% tentam fazê-lo na medida do possível.
Porém, quando se passa a questões de ordem mais prática, as coisas mudam de figura. O estudo revela que a sustentabilidade ambiental ainda ocupa um lugar modesto nas prioridades alimentares dos portugueses, sendo referida por apenas 4% como fator decisivo nas suas escolhas. O preço dos alimentos (26%), o impacto na saúde (23%) e o prazer proporcionado pela comida (18%) continuam a liderar as preocupações.
Barreiras e alternativas: o custo e a confiança no sabor
Embora a curiosidade sobre alternativas alimentares, como proteínas cultivadas e alimentos à base de plantas, tenha crescido, com 24% dos entrevistados a já terem experimentado ou a considerar fazê-lo, o preço elevado (24%) e a desconfiança em relação ao sabor (19%) ainda são os principais obstáculos para uma adoção mais ampla dessas opções. Mesmo assim, 36% dos consumidores associam o consumo de alternativas sustentáveis a sentimentos positivos, como curiosidade e esperança no futuro, indicando uma abertura progressiva para experimentar novas formas de alimentação.
Alimentação local e sustentável: o futuro da dieta portuguesa
A preferência por produtos locais também emerge como um valor importante para os portugueses, com 29% dos inquiridos a optar sempre por alimentos de origem local e 36% a preferir produtos nacionais, mesmo que nem sempre os encontrem com facilidade. No entanto, o estudo sugere que as tradições alimentares portuguesas continuarão a ter um papel predominante, com 42% dos participantes a acreditar que a alimentação tradicional prevalecerá, ainda que adaptada a novas realidades.
A alimentação sustentável é, para muitos, um objetivo tangível, mas ainda limitado por diversos fatores externos, como a acessibilidade e a falta de confiança nas alternativas disponíveis. Para combater estas barreiras, o estudo revela que os consumidores veem a educação nas escolas (29%) como a forma mais eficaz de promover dietas mais sustentáveis e saudáveis, juntamente com a melhoria na informação dos rótulos alimentares (16%) e campanhas de sensibilização nos supermercados (13%).