Ministro da Agricultura reconhece necessidade de IGP do Tomate
Na X edição do Concurso Tomate Coração de Boi do Douro, dois concorrentes ficaram empatados na primeira posição, coisa inédita neste simpático concurso que tem a sua sede no Douro, este ano na Quinta da Pacheca, em Armamar.
O júri, presidido por Francisco Pavão, nome de referência na promoção de produtos do território do Douro e Trás-os-Montes e composto por personalidades vindas de diversos campos de actividade, teve como missão selecionar o melhor fruto deste verão, tendo em conta critérios como aroma, sabor, textura e harmonia. No final, entre 28 produtores concorrentes, a escolha recaiu ex aequo nos apresentados pelas quintas do Ventozelo e Pessegueiro, tendo completado o pódio a Quinta do Infantado, na segunda posição e a Quinta Santa Comba em terceiro lugar.
No final do trabalho do júri houve um debate em que esteva presente o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, que reconheceu a necessidade de avançar para a certificação da semente e a criação de um produto IGP (Indicação Geográfica Protegida), afirmando que importa agilitar mecanismos para que esse tipo de reconhecimento não demore uma eternidade”.
Moderado pelo jornalista Manuel Carvalho, natural da região, o debate nos jardins da Quinta da Pacheca, Armamar, contou também com a participação de Edouard Cointreau, presidente e fundador do Gourmand World Cookbook Awards e Miguel Poiares Maduro, que abordaram temas em torno de origem e identidade dos produtos de território e a sua importância transversal no desenvolvimento de uma região ou país, como o demonstram os exemplos apresentados por Edouard Cointreau.
“Gostava de chamar a atenção que esta iniciativa fez com que, no prazo de dez anos, começássemos a ver tomate coração de boi nos nossos supermercados”, elogiou Manuel Carvalho, lembrando que todo o trabalho desenvolvido foi feito “sem um único apoio institucional”.
Projecto Capella
A festa Tomate Coração de Boi do Douro (TCBD) prosseguiu no dia seguinte na aldeia de Arroios, às portas de Vila Real. Integrando o Projeto Capella, no adro da capela de Arroios, uma construção do século XVIII restaurada pela vontade popular, com Celeste Pereira à cabeça, está montada uma festa que simultaneamente é um mercado. De um lado, alinham-se as bancas com cestos cheios de tomate coração-de-boi além de outros produtos hortícolas; do outro lado as bancas vendem flor-de-sal, amêndoas, compotas, vinhos, e artesanato, Ao fundo é o local para os comes e bebes. A música não falta, emitida pelos alto-falantes ou tocada o local , desde a concertina passando por um grupo de bombos e terminando num grupo de gaitas de foles e tarolas…
Uma festa muito popular mas sem nada de popularucho. Um encanto para os olhos e um deleite para a alma!