Portugal piorou a sua classificação mundial no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas, em grande parte devido aos transportes.
Portugal surge com um bom desempenho no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI na sigla original, de Climate Change Performance Index) deste ano, apesar de ter descido duas posições em relação ao ano passado, da 13.ª para a 15.ª posição.
O país recebe concretamente uma classificação alta em Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e média em Utilização de Energia, Energias Renováveis e Política Climática.
Neste ranking, não há nenhum país com uma avaliação “muito boa” e os doze países considerados como tendo uma prestação “boa” são, por ordem decrescente Dinamarca, Países Baixos, Reino Unido, Filipinas, Marrocos, Noruega, Índia, Suécia, Chile, Luxemburgo, Estónia e Portugal.
Relativamente a Portugal, o relatório alerta ainda para o facto de, tal como nos anos anteriores, o nosso país ter de aumentar os seus esforços na redução das emissões do setor dos transportes, pois os automóveis continuam a ser o modo dominante de transporte urbano e interurbano, e poucos ou nenhuns progressos a esse nível têm sido feitos. A utilização do comboio e dos transportes públicos continua, em geral, a ser baixa, e as emissões do transporte rodoviário não têm descido, ao contrário do que deveria estar a acontecer.
A principal recomendação que o relatório apresenta para Portugal é que devem ser tomadas ações que contribuam para a melhoria da governação climática ao nível nacional, como seja a implementação de políticas públicas mais corajosas e consequentes na descarbonização nos transportes e na agricultura, e a implementação plena da Lei de Bases do Clima, cujo incumprimento é grosseiro.
Perspetivando como será o ano 2024, quanto ao transporte rodoviário e às suas emissões, os valores estão praticamente idênticos no ano-móvel até setembro de 2024 em comparação com o período homólogo anterior, na ordem de 16,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono-equivalente, e superiores às do período pré-pandemia homólogo de 2019, de 15,6 milhões de toneladas.
A associação Zero afirma que para cumprir o Plano Nacional de Energia e Clima, Portugal precisaria de reduzir até 2030 as emissões no setor dos transportes em 5% ao ano: esta é a maior falha da política climática que os ambientalistas da Zero identificam.