Um “aranhiço” venceu, pela primeira vez, a clássica das clássicas do todo-o-terreno, através da dupla Miguel Barbosa/Paulo Fiúza (Taurus). Foi, também, a estreia em triunfos deste tipo de veículo numa prova da Taça do Mundo FIA de Bajas.
Destaque, igualmente, para os sucessos de Hélder Rodrigues (SSV), Martim Ventura (Motos), Luís Fernandes (Quads), Ricardo Silva (Promoção & Hobby) e Bernardo Caiado (Mini Baja), nas respetivas categorias. Quase 400 equipas participaram na prova organizada pelo Automóvel Club Portugal.
SSV ao “ataque”
Dezasseis anos depois da estreia, um “aranhiço” venceu na Baja Portalegre 500, isto depois de, já em 2023, terem cometido a proeza de terminarem no derradeiro lugar do pódio. O autor da proeza nesta 38º edição foi Miguel Barbosa que, desde 2007, não triunfava na Baja Portalegre 500. “Melhor era impossível. Vencemos e fizemos uma boa prova. Parabéns a toda a equipa e ao Paulo (Fiúza), que fez um trabalho fantástico. É a quarta vitória numa prova muito especial”, sublinhou o piloto do ACP.
Aos comandos de um Polaris, a dupla Gonçalo Guerreiro/José Sá Pires assegurou a segunda posição: “Um excelente resultado, que nem sequer era expetável antes da prova. Tanto à geral como em T4 foi perfeito. Estou muito contente. Obrigado à equipa e ao meu navegador”, afirmou o piloto.
A dupla Paulo Jorge Rodrigues/Jose Cesana (CAN-AM) terminou na terceira posição: “Fizemos uma etapa limpa. À tarde foi mesmo espetacular. É um Portalegre muito positivo para nós”, reconheceu o piloto.
A dupla Edgar Reis/Fábio Ribeiro (Taurus) foi a quarta classificada, à frente de João Ferreira/Filipe Palmeira (Mini), o primeiro dos T1+. Um furo e problemas técnicos impediram o piloto de Leiria de lutar pela vitória, ele que tinha ganho as duas últimas edições da Baja Portalegre 500.
Helder Rodrigues domina nos SSV
Depois de um currículo notável nas duas rodas, Hélder Rodrigues (CAN-AM) tem apostado nos SSV para dar continuidade à sua carreira e, na edição deste ano da Baja Portalegre 500, o lisboeta repetiu a vitória do ano passado. “O dia de ontem não correu muito bem. Só fui rápido no prólogo, mas depois perdi muito tempo. Hoje, a prova era longa e dura. Fui atacando, sempre concentrado e, no fim, consegui vencer. Sabe muito bem ganhar outra vez.”
A apenas 58,9 segundos terminou a dupla Tiago Guerreiro/Carlos Paulino (Polaris), com o piloto a afirmar: “Estou muito feliz. É a sexta vez que faço Portalegre e é a primeira vez que termino. O carro esteve sempre impecável. No final passámos alguns adversários e depois voltámos a ser passados, não percebi. Mas estamos muito felizes com este pódio.”
Depois de assegurar o derradeiro lugar do pódio, a dupla André Carita/Nuno Abrantes (CAN-AM) confidenciou: “Demos o máximo e fizemos tudo para terminar na frente. Na parte final não estávamos a contar com retas tão grandes e não temos carro para mais.”
Martim Ventura vence nas Motos
Com 24 anos e dois anos depois de não ter subido ao lugar mais alto do pódio por um escasso décimo de segundo, Martim Ventura (Husqvarna) estreou-se a vencer na Baja Portalegre 500. “Ganhar aqui, depois de ter começado na Mini Baja com 11 anos e, ao mesmo tempo, ser campeão nacional, é um sonho de criança tornado realidade. Dedico esta vitória ao meu pai e ao Pinhel (mecânico), pessoas que perdi, mas que foram importantíssimas na minha vida e na minha carreira”, afirmou o piloto ACP.
Bruno Santos (Husqvarna) foi o segundo classificado, confessando: “Portalegre é sempre muito divertido para mim. Este ano estava molhado, mas sem excesso de água, pelo que tivemos bastante tração. Infelizmente não foi possível ganhar, mas coloco novamente o meu nome no pódio e sem lesões, o que é importante para o futuro. Novidades em breve…!”
Apesar de ter caído “mesmo a chegar ao final, nas Coutadas”, Micael Simão (Gas Gas) foi o terceiro classificado, embora confessando: “Não foi fácil”. Depois de ter sido o mais rápido no dia de abertura, uma queda e um problema no acelerador da sua mota comprometeram as ambições de António Maio (Yamaha), que procurava conquistar a nona vitória na prova. O piloto militar da GNR foi o quarto classificado, precedendo Tomás Dias (Honda).