
A concentração de dióxido de carbono atingiu em 2024 o valor mais alto desde que há registos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Este aumento histórico está diretamente ligado à atividade humana e tem consequências práticas na saúde, na economia e no estilo de vida de cada um de nós.
Em 2024, a concentração média global de dióxido de carbono (CO2) atingiu 423,9 partes por milhão (ppm) – o valor mais elevado desde o início das medições modernas, em 1957. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), este é o maior salto anual já registado, com um aumento de 3,5 ppm num único ano. A tendência é um sinal de que a atmosfera está a reter cada vez mais calor, o que irá causar um aumento das temperaturas durante centenas de anos.
Porquê este aumento tão rápido?
A OMM identifica três causas principais:
• Atividade humana: queima de combustíveis fósseis em transportes, indústria, aquecimento e produção de energia;
• Incêndios florestais mais frequentes e intensos: libertam CO2 que estava armazenado na biomassa;
• Perda de capacidade de absorção da natureza: árvores e oceanos, que funcionam como sumidouros de carbono, estão a ficar saturados e menos eficazes.
Ou seja: estamos a emitir mais carbono e, ao mesmo tempo, a reduzir a capacidade do planeta de o absorver.
Outros gases também atingem máximos
A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorrerá em novembro no Brasil, terá estes novos máximos históricos como ponto central, até porque, além do CO2, também o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), gases com efeito de estufa de longa duração, atingiram máximos históricos em 2024. Estes gases contribuem para o aquecimento global e afetam ainda a camada de ozono. Em comparação com os níveis pré-industriais, o metano aumentou 166%; e o óxido nitroso aumentou 25%.
Cerca de metade do total de CO2 emitido anualmente permanece na atmosfera e o restante é absorvido pelos ecossistemas terrestres e oceanos da Terra, diz a agência da ONU que salienta que a comunidade científica está preocupada com o facto de os sumidouros de CO2 terrestres e oceânicos poderem estar a tornar-se menos eficazes, o que aumentará a quantidade de CO2 que permanece na atmosfera. Resultado: a aceleração do aquecimento global.
