À medida que o calendário se aproxima do Natal e as histórias se enchem de renas capazes de voar, há projetos bem reais que continuam a acelerar em terra firme, impulsionados não por magia, mas por engenharia. É o caso do Adamastor Furia, o primeiro supercarro português da história, cujo interior acaba agora de ser revelado pela Adamastor.
Assumidamente focado no seu “piloto”, o habitáculo do Furia adota uma abordagem minimalista e tecnológica, desenhada como um verdadeiro casulo em torno do condutor e do passageiro. Cada linha, cada superfície e cada comando têm um propósito claro: reduzir distrações e maximizar a ligação entre homem e máquina. Aqui, não há espaço para ornamentos supérfluos, apenas para aquilo que contribui diretamente para a experiência de condução.

Um dos elementos mais distintivos surge logo no primeiro contacto: o botão de ignição, colocado no tejadilho. Um gesto simples, mas carregado de simbolismo e emoção, que marca o momento em que o V6 de origem Ford Performance desperta para a vida. Ao seu lado, o retrovisor digital, alimentado por uma câmara traseira de alta definição, reforça o caráter tecnológico do conjunto, ao mesmo tempo que melhora a visibilidade num automóvel onde a aerodinâmica dita as regras.
A consola central assume-se como a verdadeira espinha dorsal do interior, combinando design funcional com uma leitura imediata dos principais comandos. As baquets desportivas, desenvolvidas com especial atenção à ergonomia e ao aproveitamento do espaço, oferecem o suporte longitudinal e lateral esperado num supercarro de elevadíssima performance, sem comprometer o conforto necessário para utilização em estrada. Construídas em fibra de carbono, beneficiam de menor peso, maior rigidez estrutural e um nível de proteção elevado em caso de impacto.

No topo do tablier, ao centro, encontra-se o ecrã tátil do sistema de infotainment, totalmente desenvolvido em Portugal. Este sistema, criado especificamente para a Adamastor, permite funções avançadas como registo de tempos por volta, medição de forças G e monitorização de temperaturas e pressões do motor, sendo compatível com Android Auto e Apple CarPlay. A ventilação foi igualmente pensada de forma funcional, com uma saída de ar não direcionável a toda a largura, complementada por condutas laterais e superiores para o desembaciamento eficaz do para-brisas.
Tal como num trenó de Natal afinado ao detalhe, ainda que aqui os 650 cavalos do motor V6 Biturbo sejam de metal e combustível, o ambiente interior do Furia pode ser amplamente personalizado. Os clientes podem escolher diferentes cores de Alcantara® para portas e baquets, ajustando o contraste com as extensas áreas de fibra de carbono exposta e criando um espaço à medida do seu gosto: mais emocional e radical ou mais refinado e confortável.
Com esta revelação, a Adamastor abre literalmente as portas de um projeto que promete ficar para a história da indústria automóvel nacional. O desenvolvimento do Furia segue a todo o gás, afirmando-se não apenas como o primeiro supercarro português, mas também como um dos mais inspiradores exercícios de engenharia alguma vez realizados em Portugal, sem renas, mas com cavalos suficientes para acelerar corações, mesmo em plena quadra natalícia.
Artigo por Rui Reis


