
Porto, Lisboa e Guimarães trabalham num projeto que cria réplicas digitais das cidades para medir e reduzir emissões em tempo real.
Três cidades portuguesas – Porto, Lisboa e Guimarães – estão a investir 1,5 milhões de euros num projeto que usa gémeos digitais para medir e reduzir emissões em tempo real. O objetivo é testar um modelo que possa servir de referência para a neutralidade carbónica até 2030.
O projeto chama-se City4Climate e junta estas três cidades que assinaram os Contratos Climáticos das Cidades (CCC) no âmbito da missão europeia “Cidades com Impacto Neutro no Clima e Inteligentes”. Coordenado pela NOVA IMS e com liderança técnica da Porto Digital, o projeto recebeu financiamento do PRR e vai decorrer até junho de 2026.
A proposta central é criar “gémeos digitais” das cidades, ou seja, réplicas virtuais baseadas em dados reais, capazes de simular o impacto de políticas públicas, decisões urbanísticas ou alterações no transporte e na energia.
Ou seja, recorrendo a este método de “gémeo digital”, poderão introduzir-se no sistema informático soluções que se desejam aplicar para perceber quais os seus impactos no terreno, antes mesmo de serem executadas na realidade.
O sistema vai integrar indicadores de emissões de gases com efeito de estufa, consumo energético e padrões de mobilidade, permitindo testar cenários antes de implementar medidas no terreno. O objetivo é ajudar as cidades a avaliar a eficácia das suas estratégias de descarbonização e ajustá-las com base em evidência empírica.
Além das três cidades principais, outras três autarquias (Aveiro, Oeiras e Famalicão) acompanham o projeto como parceiras colaboradoras, preparando-se para aplicar o modelo quando estiver concluído.
Mais do que uma ferramenta digital, o City4Climate pretende funcionar como um laboratório de decisão urbana, em que os dados permitem antecipar resultados e reduzir a margem de erro das políticas públicas.
Se o modelo funcionar, poderá ser replicado noutros municípios portugueses e europeus — e tornar-se um exemplo de como a tecnologia pode ajudar as cidades a enfrentar a transição energética com menos incerteza e mais método.
