
De olhos postos no futuro, mas com um respeito profundo pelo passado, o Bugatti Grand Tour 2025 ofereceu uma jornada que fundiu o luxo automóvel com a alma de Portugal. Ao longo de seis dias, uma caravana de 18 modelos Bugatti — incluindo peças únicas como o Chiron L’Ébé Edition e o imponente Centodieci — percorreu mais de mil quilómetros de paisagens deslumbrantes e estradas desafiantes, numa ode ao espírito Grand Tour que Ettore Bugatti tanto valorizava: conduzir para descobrir.
A elegância começa no Douro
A partida teve lugar em Vilarinho dos Freires, nas margens do Douro, com a Torel Quinta da Vacaria como palco de um cocktail de boas-vindas à altura da ocasião. Entre os convidados, colecionadores, embaixadores da marca e entusiastas, reunidos para contemplar máquinas lendárias — do clássico Veyron 16.4 à estreia de um W16 Mistral pré-produção. O cenário? O pôr do sol sobre os vinhedos socalcos, acompanhado por um Porto raro de 1876. O tom estava dado.

Performance com propósito
Mais do que potência em linha reta, o Grand Tour destacou a importância da conexão entre condutor, máquina e território. Em cada curva da N222, em cada travagem nas serranias da Estrela, em cada aceleração nos planaltos do Alentejo, os Bugatti revelaram a sua natureza dual: obra de arte e instrumento de precisão. A visita à Burel Factory em Manteigas e a passagem por São João de Tarouca lembraram que Portugal, tal como a Bugatti, é terra de mestres.
Velocidade com alma
O clímax surgiu no ainda inédito Circuito do Sol, no coração do Alentejo. Inspirado em curvas míticas como Eau Rouge e Corkscrew, este traçado privado ofereceu aos participantes a oportunidade de libertar todo o potencial das suas máquinas em segurança. Uma experiência visceral, amplificada pela hospitalidade portuguesa no Herdade do Sobroso, onde o vinho e a paisagem encerraram a jornada com elegância despretensiosa.
Mais do que uma viagem
O Bugatti Grand Tour 2025 não foi apenas uma demonstração de engenharia e luxo. Foi uma celebração do prazer de conduzir, da autenticidade cultural e da descoberta. Uma filosofia partilhada entre os engenheiros de Molsheim e os artesãos do Douro, entre os pilotos e os anfitriões das aldeias por onde passaram.
No fim, não era apenas sobre os carros. Era sobre o caminho, e tudo o que se vive entre partidas e chegadas. E se Bugatti é sinónimo de excelência, Portugal provou estar à altura desse nome — com alma, com calor humano e com paisagens que ficam para sempre gravadas na memória.
Artigo por Rui Reis


