
Comprar casa é um dos maiores investimentos da vida. É natural que surjam dúvidas e receios ao longo do processo. A Simplefy identificou as cinco preocupações mais frequentes dos futuros proprietários e explica, de forma simples e prática, como ultrapassá-las com confiança.
- “Será que estou a conseguir a melhor taxa do mercado?”
A taxa de juro é o principal fator que determina o custo do empréstimo e define quanto vai pagar pelo crédito ao longo dos anos. É composta por duas partes: a Euribor (que varia conforme o mercado) e o spread (normalmente fixo e definido pelo banco). Exemplo prático: se a Euribor a 12 meses estiver em 3% e o banco oferecer um spread de 1%, a sua taxa total será de 4%. Num crédito de 150.000€ a 30 anos, isto significa uma prestação mensal de cerca de 716€. Se conseguir negociar o spread para 0,7% (mantendo a Euribor em 3%), a taxa total desce para 3,7% e a prestação para 690€. São apenas 26€ de diferença por mês, mas ao longo de 30 anos representa uma poupança de mais de 9.000€.
É por isso que comparar propostas e negociar com base em cada perfil faz toda a diferença.
- “Qual é a armadilha? Provavelmete há uma…”
Quando se vê uma proposta com uma taxa aparentemente baixa, é normal desconfiar. E bem: às vezes o que parece vantajoso esconde custos noutros lados. Exemplo prático, considerando a mesma EURIBOR: o Banco A oferece spread de 0,6%, mas obriga a contratar seguros no valor de 80€/mês. O Banco B oferece spread de 0,9%, mas os seguros custam apenas 40€/mês. Qual é a melhor proposta?
Para um crédito de 150.000€:
- Banco A: Prestação de 683€ + 80€ de seguros = 763€/mês
- Banco B: Prestação de 704€ + 40€ de seguros = 744€/mês
Resultado: o Banco B, apesar de ter spread mais alto, fica mais barato no total.
É aqui que entra o TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global). Este número inclui não só a taxa de juro, mas também comissões, seguros obrigatórios e outros encargos legalmente exigidos (como impostos). Quanto menor o TAEG, melhor o negócio global. É para esta taxa que se deve olhar para perceber qual o custo total do crédito.
- “Quem me dera perceber melhor toda esta linguagem financeira.”
Os termos financeiros têm uma terminologia muito específica, ‘complicada’, que precisa de ser ‘desmontada’ e simplificada. Para que se garanta que o mutuário de crédito sabe exatamente com o que é que se está a comprometer. A Euribor corresponde à taxa de referência europeia e, dependendo do prazo contratado, é revista com essa periodicidade. É o ‘preço base’ do dinheiro no mercado, enquanto o spread é a margem de lucro que o banco adiciona. Este valor é fixo durante todo o crédito (a não ser que renegocie). O TAEG mede o custo do empréstimo para o cliente, por ano, em percentagem do montante emprestado. O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) é o valor total a pagar ao banco durante todo o período do empréstimo, incluindo capital emprestado + juros + todos os custos.
Exemplo prático: pede 150.000€ a 30 anos com taxa de 4%:
- Capital emprestado: 150.000€
- Total a pagar (MTIC): ~258.000€
- Ou seja: 108.000€ de juros e custos ao longo de 30 anos
Perceber estes números permite tomar decisões informadas e saber exatamente pelo que está a pagar.
- “Devia ter pesquisado mais bancos antes de decidir.”
Cada banco tem critérios diferentes e oferece condições distintas conforme o perfil do cliente: rendimentos, poupanças, estabilidade profissional, idade e valor do imóvel. O que é uma boa proposta para uma pessoa pode não ser para outra. Visitar banco após banco, marcar reuniões, explicar a situação repetidamente e esperar por respostas consome tempo e energia. Muitas vezes acabamos por escolher uma das primeiras opções, com receio de perder o imóvel ou simplesmente por cansaço. Fica sempre aquela sensação: “E se houvesse melhor?” A comparação é essencial, mas não tem de ser um processo desgastante.
- “Isto vai demorar uma eternidade e eu não tenho tempo.”
O processo de crédito habitação envolve várias etapas: simulação, entrega de documentos (IRS, recibos de vencimento, extratos bancários, caderneta predial…), avaliação do imóvel, análise pelo banco, negociação de condições e, finalmente, a escritura. Cada etapa tem os seus prazos e exigências. Com organização e conhecimento dos procedimentos, é possível agilizar significativamente o processo. Criar uma check-list, saber exatamente que documentos preparar, quando entregá-los e como acompanhar cada fase poupa horas preciosas e reduz a ansiedade.
O processo não precisa de ser caótico – com o apoio certo, torna-se mais simples e rápido.
A boa notícia é que não é preciso fazer tudo sozinho. Os intermediários de crédito funcionam como parceiros especializados (e sem custos extra) que conhecem profundamente o mercado e acedem a múltiplas propostas de diferentes bancos simultaneamente.
Traduzem a linguagem financeira para termos claros, analisam todas as condições com total transparência (incluindo as “letras pequenas”), tratam da burocracia e negociam em nome do próprio. O resultado: poupança de tempo, dinheiro e preocupações, e decisões informadas e adequadas a cada caso específico, com confiança e tranquilidade.
