
Alunas foram acusadas nas redes sociais de etarismo, por praticarem discriminação contra alguém tendo em conta a idade, e optaram por desistir do curso.
“Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade”, diziam as 3 alunas de biomedicina entre risos. “Era para estar aposentada”, continuam num vídeo que publicaram nas redes sociais, o mesmo meio onde depois foram alvo de escrutínio por terem humilhado a colega de 44 anos.
O caso aconteceu na Unisagrado, uma universidade particular de Bauru, em São Paulo, no Brasil, na passada quinta-feira, dia 9 de março. A sobrinha assistiu ao vídeo, que se tornou viral e reuniu mais de três milhões de visualizações, e não poupou nas críticas às três estudantes que “só vivem na própria bolha”, cita o jornal brasileiro Uol Notícias.
O que disse e fez a Universidade?
Mas as depreciações negativas não se ficaram pelas palavras da sobrinha e, uma onda de críticas, encheu a página de Instagram da própria universidade, exigindo um posicionamento face ao ocorrido.
“Qual atitude os senhores tomarão em relação ao bullying sofrido pela aluna?”, escreveu um internauta. Tantos outros pediram a expulsão das três alunas de biomedicina da Instituição de Ensino Superior.
No passado dia 13 de março, a Unisagrado reagiu mediante uma nota oficial, onde sublinhavam que repudiam “qualquer ato de preconceito e discriminação” e que a universidade “não compactua com práticas discriminatórias e ofensivas”.
No mesmo comunicado informaram ainda que estavam a tomar as “medidas administrativas necessárias para apuração disciplinar dos envolvidos”.
Além disso, fizeram também uso da página de Instagram para publicar um post sobre a importância do conhecimento e aproveitaram para frisar que “as oportunidades não são iguais para todo o mundo em todos os momentos da vida”.
Mas, para os internautas não foi suficiente e, inclusive, o ator Pedro Lemos, pronunciou-se nessa mesma publicação. “Porquê perder a oportunidade de dar um grande exemplo de combate à imbecibilidade divulgando suas medidas punitivas e [uma] bolsa integral para a vítima?”
No entanto, já se conhece o desfecho do caso tendo os meios de comunicação brasileiros adiantado na passada quinta-feira, dia 16 de março, que a Unisagrado comunicou que, quando ia ser instaurado o processo disciplinar, “as três estudantes solicitaram a desistência do curso de Biomedicina”.
O que disseram as estudantes e como reagiu a vítima?
Em declarações ao G1 da Globo, a assessoria da universidade Unisagrado, disse que uma das alunas terá afirmado que estava arrependida e que não passou de “uma brincadeira de mau gosto“.
Por sua vez, ao jornal Estadão, a vítima Patrícia Linares contou que chorou muito quando viu o vídeo, mas parar não está incluído nos seus planos. “Eu preciso continuar, por mim e por todas as pessoas que sofrem esse tipo de retaliação gratuita.”
Vários estudantes mostraram-se solidários com a vítima e chegaram, inclusive, a oferecer-lhe um ramo de flores.


Patrícia viu-se obrigada a fechar a sua loja de roupas que tinha desde 2012, fruto da pandemia. Foi quando decidiu seguir um sonho que morava em si desde criança. “Meu sonho de estudar na área da saúde sempre existiu. Tinha essa vontade desde menina”, contou.