Segundo um relatório emitido pela Organização das Nações Unidas (ONU), existem 69 milhões de crianças a viverem em condições precárias.
A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta sobre o crescente problema da pobreza infantil nos países desenvolvidos, revelando que uma em cada cinco crianças, nestas nações prósperas – algumas delas pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e à União Europeia (UE) –, vive em condições precárias. Este relatório da ONU destaca que 69 milhões de crianças enfrentam dificuldades, já que as suas famílias sobrevivem com menos de 60% do salário médio.
O relatório revela uma preocupante tendência no aumento da pobreza infantil em 40 das nações mais ricas do mundo, o que desafia a percepção de que a pobreza extrema é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento. A pobreza, de acordo com a ONU, impacta de maneira desproporcional os mais vulneráveis, principalmente as crianças, cujo desenvolvimento é prejudicado por haver carências básicas.
As consequências da pobreza infantil são vastas, duradouras e influenciam a saúde física e mental das crianças, com estas a terem mesmo de enfrentar a falta de alimentação adequada, de vestuário, de material escolar, de brinquedos e até mesmo de um lar seguro. A expectativa de vida destas mesmas crianças é reduzida em quase 10 anos, o que cria um ciclo que perpetua a pobreza ao longo de várias gerações e ao qual a ONU refere que tem de ser interrompido o mais depressa possível, de forma a garantir um futuro mais equitativo e promissor para as gerações futuras.
O relatório da ONU realça ainda que, mesmo nos países considerados economicamente robustos – como são os casos do Reino Unido, da Noruega, da Islândia, da Suíça e da França –, a pobreza infantil tem aumentado significativamente nos últimos anos e que a expectativa de vida das crianças em situação de pobreza nestes países é oito ou nove anos inferior às restantes. O risco de pobreza é também destacado em casos de famílias monoparentais e em crianças pertencentes a minorias raciais e étnicas, com o respetivo relatório a apontar que nestes casos o risco de pobreza é três vezes superior.
Estes dados da ONU realçam a importância de haver mais políticas sociais abrangentes e mais esforços coordenados entre os países ricos, a fim de abordar este problema crescente e de assegurar que todas as crianças tenham igualdade de oportunidades para um desenvolvimento saudável e próspero.
De relembrar, que há sensivelmente um mês, a diretora da Pordata, Luísa Loura, referiu que 19% das crianças e jovens portugueses estão enquadrados em famílias com rendimentos abaixo do limiar de pobreza.