Entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021 – altura em que o Covid-19 esteve no auge – os portugueses foram os que perderam mais rendimentos.
Um estudo recente do Banco Central Europeu (BCE) revelou que Portugal foi o país mais afetado na Zona Euro em termos de perda de salários durante os primeiros tempos da pandemia Covid-19.
No período compreendido entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021 (cinco meses), quando a pandemia esteve no auge, os dados fornecidos pelo BCE destacam que as famílias portuguesas enfrentaram as maiores perdas salariais em comparação com os outros países da Zona Euro e que 45% das famílias em Portugal tiveram algum grau de diminuição de rendimentos durantes este espaço temporal.
O regime de lay-off foi identificado como a principal causa para a queda salarial no nosso país, seguido pela redução das horas de trabalho, licenças para cuidar de familiares, baixas por doença e perda de empregos. Outro aspeto particularmente preocupante revelado pelo BCE foi que as pessoas com rendimentos mais baixos foram atingidas de forma mais severa.
Para lidar com a crise financeira desencadeada pelo Covid-19, as famílias portuguesas tomaram medidas drásticas para reduzir despesas, incluindo cortes em itens essenciais como alimentação e vestuário, bem como em atividades de lazer e viagens. Para além disso, muitas delas recorreram às suas economias para fazer face às dificuldades financeiras, especialmente nos primeiros meses da pandemia.
O estudo realça ainda que para além de Portugal, outros países também sofreram impactos significativos nos salários, como são os casos de Espanha, Luxemburgo, Eslováquia, Malta, França, Estónia e Alemanha.
Enquanto Portugal e o resto do mundo começam a recuperar dos impactos económicos do Covid-19, a situação salarial continua a ser uma preocupação importante. Os especialistas estão a observar de perto as medidas implementadas pelos governos e pelas empresas para restaurar a estabilidade financeira das famílias e incentivar a recuperação económica num ambiente pós-pandemia.