A New Men esteve no International Club of Portugal, onde o comentador e consultor de comunicação Rui Calafate interveio sobre vários assuntos.
Realizou-se esta quarta-feira (20 de março), no Lisbon Marriott Hotel, mais um evento do International Club of Portugal (ICPT). O tema para o almoço-debate promovido pelo Clube foi “A caminho da instabilidade permanente” e teve como orador convidado o Dr. Rui Calafate, consultor de comunicação e comentador político da CNN Portugal.
Como já tem sido habitual, a New Men marcou presença como Media Partner do evento, onde testemunhou toda a intervenção do Dr. Rui Calafate e no final teve a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva ao orador convidado para este almoço-debate do International Club of Portugal.
Para começar, a primeira questão incidiu sobre quais as dificuldades que o novo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, terá de enfrentar para governar durante os quatro anos da legislatura. “As grandes dificuldades que Luís Montenegro vai ter derivam do fator de instabilidade política, daquilo que se passa no Parlamento em Portugal. Porém, Luís Montenegro parte com os cofres cheios e portanto tem margem para poder fazer políticas populares que agradem a vários segmentos eleitorais. O que pode ser a ‘pedra no sapato’ é mesmo a instabilidade política porque, ao fim ao cabo, depois de ter ganho as eleições, a margem que teve perante o PS é praticamente nula. Em termos de percentagem teve menos de um ponto de vantagem e deputados vão estar ela por ela, quase empatado ao mesmo nível do que Rui Rio teve nas últimas eleições. Posto isto, há um cenário de instabilidade que depois ainda é acrescido pelo fator do famoso ‘não é não’ dito por Luís Montenegro, que o leva a não falar com o Chega que tem 50 deputados. O grande problema para a governação possível é a instabilidade política”, referiu o Dr. Rui Calafate.
Como segunda pergunta para o consultor de comunicação, a New Men questionou o Dr. Rui Calafate sobre o papel do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nestas eleições legislativas e como é que o mesmo irá gerir esta legislatura que se prevê instável. “O Marcelo Rebelo de Sousa já tinha dito no passado, na altura em que se falou que António Costa poderia ter um cargo internacional, que a partir do momento em que o António Costa saísse do Governo, convocaria eleições. Neste caso, com uma maioria absoluta do PS, Marcelo Rebelo de Sousa poderia ter seguido o conselho que António Costa lhe deu na última reunião entre ambos, fazer um novo Governo com outro Primeiro-Ministro – que seria Mário Centeno –, assente numa maioria parlamentar sólida do PS. Marcelo Rebelo de Sousa optou por convocar eleições e ficou atualmente com um cenário nas suas mãos muito mais periclitante do que tinha antes. Para o futuro, eu espero que Marcelo Rebelo de Sousa tenha um papel de estabilidade do regime e não um fator de instabilidade. Acho que Portugal precisa de um Presidente da República em grande forma e no melhor dos seus atributos, que são muitos, e que seja de facto um fator de estabilidade do regime e que ajude a que haja um cenário em que os portugueses não se cansem de ir sucessivamente a eleições”, concluiu o comentador político.
De relembrar que o International Club of Portugal vai ter novo almoço-debate no dia 10 de abril (quarta-feira), no Lisbon Marriott Hotel, com o orador convidado a ser o Dr. Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, que irá debater o tema “Os próximos 50 anos do 25 de Abril”.