O ex-baixista dos Pink Floyd revisita dois temas do mítico álbum de 1979, novamente em tom de crítica social
Três dias depois de nos brindar com uma versão de “Hello In There”, de John Prine, Waters volta a lançar dois temas, com a ajuda da sua banda, ainda em modo distanciamento social.
Desta vez, os temas escolhidos foram “Vera” e “Bring The Boys Back Home”. Ambos saídos do imaginário de Waters, quando ainda pertencia aos Pink Floyd, e que contribuíram para a “estética” muito própria do The Wall.
“Vera” retrata uma figura britânica do séc. XX, Vera Lynn, que ficou conhecida pela sua popular canção “We’ll Meet Again”, lançada em 1939, aquando da partida dos soldados britânicos para a Segunda Guerra Mundial.
“Bring The Boys Back Home”, canção que naturalmente se segue a “Vera”, no álbum, descreve a revolta perante a ida de jovens rapazes para a guerra, ao mesmo tempo que exige o seu retorno. Para além disso, através dela, Roger reforça a importância máxima da família e dos amigos, quando comparados com qualquer atividade profissional a que nos dediquemos.
Ambos os temas dizem muito ao ex-baixista dos Pink Floyd, que viu o seu pai partir para a guerra e nunca mais regressar, e voltam a ganhar destaque, numa altura em que, na sua opinião, “os rapazes lutam e morrem em guerras coloniais para um anormal qualquer ficar ainda mais rico.”
Serve, também, esta nova versão de “Vera”, para homenagear a cantora britânica, que faleceu em Junho deste ano, aos 103 anos.
Oiça as novas versões dos clássicos do The Wall, aqui
PARTE II (pequeno parágrafo sobre Roger Waters)
Juntamente com o “Diamante”, Syd Barrett, o teclista Richard Wright e o baterista Nick Mason, Waters foi um dos fundadores de Pink Floyd. Nos anos que se seguiram, Barrett acabou por sair devido a questões relacionadas com o uso excessivo de LSD (droga psicadélica, popular no final dos anos 60) e David Gilmour juntou-se ao grupo.

Os quatros haveriam de produzir álbuns ao longo de várias décadas. Entre os quais, um dos mais aclamados da história da música, “The Dark Side of the Moon” (1973). Ou o também reconhecido, “Wish You Were Here” (1975) que contêm a composição de nove partes, “Shine on You Crazy Diamond”, uma homenagem a Syd Barrett e à sua alma genial e carinhosa, polida com rasgos de loucura.

Mais tarde, Roger Waters acabou por deixar a banda num mega processo judicial onde evocaria a maioria dos direitos de autor. (Caramba! Parece que não há uma banda que não chegue a um desacordo do género).
Apesar de anos de confronto indirecto com o resto do grupo, a verdade é que, recentemente, o ex-baixista, tem publicado alguns vídeos no youtube onde aborda os Pink Floyd e assume ter saudades da banda.
Este artigo foi escrito por Sofia Benedito e Bernardo Mascarenhas de Lemos
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