O mês de janeiro deste ano de 2024 registou um aumento dos preços das rendas a rondar os 5,9%, o valor mais alto dos últimos 30 anos.
As rendas em Portugal atingiram valores sem precedentes nos últimos 30 anos. Apesar do aumento significativo no número de anúncios para arrendamento, o mês de janeiro deste ano (2024) registou um aumento dos preços das rendas a rondar os 5,9%, em relação ao mês de dezembro de 2023, marcando desta forma a maior subida das últimas três décadas, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Contrariando as expectativas, o aumento dos preços das rendas não está relacionado com uma diminuição na oferta de habitações para arrendamento. Pelo contrário, o número de anúncios aumentou em cerca de 50%, o que indica uma falta de ajustamento do mercado à capacidade financeira dos potenciais inquilinos.
A situação torna-se ainda mais complexa com o congelamento das rendas, levando muitos senhorios a procurar formas de contornar esta medida e a aplicar os tetos máximos permitidos para a atualização das rendas.
Embora a procura por habitações para arrendamento tenha aumentado, o número de contratos celebrados tem diminuído, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística. Este cenário sugere uma discrepância entre a oferta e a procura, levantando desta maneira questões sobre a acessibilidade ao mercado de arrendamento em Portugal.
As regiões do Norte e de Lisboa têm sido especialmente afetadas pelo aumento dos valores dos preços das rendas, com esta conjuntura a refletir não apenas numa pressão sobre os inquilinos, mas também em desafios significativos para o mercado imobiliário no geral do território português.
Fugir ao congelamento das rendas e tomar precauções têm sido algumas das estratégias adotadas tanto por proprietários como por potenciais inquilinos, de forma a contribuir para uma dinâmica mais complexa no mercado de arrendamento em Portugal.