O ARKANA TCe 160 EDC só custa mais 400€ do que a versão de 140 cv.
Com praticamente um ano de mercado, o Renault Arkana não é uma novidade absoluta, mas é curioso perceber que, a julgar pela curiosidade que desperta, mantém muito do factor surpresa. E não é por ser uma visão rara, já que as mais de 100 000 unidades vendidas da Europa tornam o SUV-Coupé da Renault um verdadeiro sucesso comercial.
A verdade é que, outros argumentos à parte, o design do Arkana é um dos seus principais atributos. O perfil dinâmico, com a traseira descendente, e a elevada altura (200 mm) combinam-se para, mesmo no preto que nos calhou na “rifa”, tornarem o Renault inegavelmente sedutor e distinto. As novas jantes de 18″ e o acabamento R.S. Line, que é a escolha da maioria dos clientes, só vincam esta impressão.
Mas porque a marca gaulesa não pretende que o Arkana tenha apenas um perfil desportivo, mas também ofereça um real prazer de condução, este passa a estar disponível no mercado nacional com a mais potente das variantes 1.3 TCe, com 160 cv. A leitura da ficha técnica é esclarecedora: com 1.332cc, esta unidade debita 158 cavalos de potência e 270 Nm de binário máximo às 1.800 rpm, cifras que lhe permitem acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 8,2 segundos e alcançar os 205 km/h de velocidade máxima. Curiosamente, apesar da maior potência e dos ganhos em prestações, o Renault Arkana TCe 160 EDC reivindica os mesmos consumos da versão de 140 cavalos: 5,8 l/100 km (WLTP). Isto graças à eficiência do sistema micro-híbrido de 12V e da caixa automática de dupla embraiagem EDC de sete velocidades, que beneficia da tecnologia “Sailing Stop”. Um sistema que é ativado ou desativado pelo cliente através do Multi-Sense (my sense ou eco mode), que ajuda a regenerar energia nas travagens e que desliga o motor em fases de desaceleração entre os 30 e os 140 km/h.
Esta proposta mild hybrid, vem assim juntar-se à de 140 cavalos de potência e à híbrida de 1.600cc de cilindrada e 145 cavalos, sendo que esta última é responsável por cerca de 50 por cento das vendas do modelo no nosso país.
No percurso que efetuámos, fazendo a ligação entre as duas margens do Tejo e rumo a Palmela, o Arkana 1.3 TCe 160 revelou-se sempre muito ágil no comportamento e suficientemente possante no desempenho. Destacamos o controlo de movimentos da carroçaria (convém não esquecer que o Arkana tem 200 mm de altura ao solo) e a boa relação conforto/comportamento.
As ligeiras incursões fora de estrada, em caminhos de terra e estradões, confirmaram o dinamismo que a marca pretendeu vincar. Mais uma vez, a altura ao solo é decisiva nestas situações, garantindo uma maior paz de espírito ao condutor e assegurando que não estragamos os plásticos ou, pior ainda, algum elemento mecânico.
Feitas as contas, com quase 200 km percorridos, a ritmos muito variados, mas sem qualquer preocupação com os consumos e sempre com o ar condicionado sujeito a trabalhos redobrados (a temperatura no exterior rondava os 40º), o Arkana TCe 160 terminou o périplo com 7,7 l/100 km de média. Um valor muito competitivo para o tipo de utilização a que o sujeitámos.
Mas as boas notícias relativas à economia, neste caso a de compra, estendem-se ao preço de venda. O Renault Arkana TCe 160 EDC é comercializado em Portugal por 35.880€ com o nível de equipamento Intens e por 38.630€ na mais equipada, e de índole desportiva, versão R.S. Line. O que representa um acréscimo de apenas 400€ face à variante de 140 cv, um valor que torna esta última quase redundante face aos ganhos obtidos em prestações, especialmente tendo em conta que os consumos de ambas são idênticos.
Artigo por Rui Reis