A plataforma detida por Elon Musk bloqueou as pesquisas pelo nome de Taylor Swift, após a disseminação viral de imagens falsas da artista.
A rede social X (antigo Twitter), tomou medidas drásticas para garantir a segurança dos seus utilizadores, ao bloquear as pesquisas pelo nome da famosa cantora Taylor Swift. A decisão surge após a disseminação viral de imagens falsas da artista geradas por Inteligência Artificial (IA), que exibiam conteúdo explícito da própria.
Segundo Joe Benarroch, diretor comercial do X, a ação foi classificada como “temporária” – entretanto já terminou – e tinha como principal objetivo “priorizar a segurança” dos utilizadores da plataforma detida por Elon Musk. O conteúdo em questão foi divulgado no decorrer da semana passada (22 a 26 de janeiro) e obteve milhões de visualizações, ao ponto de gerar um alarme entre todos os Swifties (fãs de Taylor Swift) e entre as autoridades policiais dos Estados Unidos da América.
Durante uns dias, ao tentar pesquisar por Taylor Swift na respetiva rede social, os utilizadores deparavam-se com uma mensagem a dizer que “Algo deu errado. Mas não se preocupe, não é culpa sua”. As páginas que partilharam as imagens falsas foram prontamente reportadas pelos fãs, que inundaram a plataforma online com fotos e vídeos autênticos da cantora, pedindo a proteção da privacidade da cantora de 34 anos de idade.
Em resposta a toda esta controvérsia, o X emitiu um comunicado no dia 26 de janeiro, onde realça que a publicação de conteúdo explícito sem consentimento é “estritamente proibida”. “Temos uma política de tolerância zero em relação a este tipo de conteúdos. As nossas equipas estão a remover rapidamente todas as imagens identificadas e a tomar medidas para responsabilizar os culpados”, referia o respetivo comunicado.
Posting Non-Consensual Nudity (NCN) images is strictly prohibited on X and we have a zero-tolerance policy towards such content. Our teams are actively removing all identified images and taking appropriate actions against the accounts responsible for posting them. We're closely…
— Safety (@Safety) January 26, 2024
A Casa Branca (residência do presidente dos Estados Unidos da América) também expressou a sua preocupação com este incidente, classificando a disseminação de imagens geradas por Inteligência Artificial como “alarmante”. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, argumentou ainda que é a favor da necessidade de uma legislação para combater o uso indevido de tecnologia de Inteligência Artificial nas redes sociais, apelando a estas a adoção de medidas rigorosas contra este tipo de conteúdo falso. “Acreditamos que têm [as redes sociais] um papel importante a desempenhar na criação de regras próprias para a prevenção de divulgação de informação falsa e não consensual”, realçou Karine Jean-Pierre.
Vários políticos americanos já estão a pedir leis que criminalizem a criação de imagens falsas, relembrando que estas são uma crescente ameaça para a democracia. Um estudo de 2023 revela mesmo que houve um aumento de 550% no conteúdo adulterado, impulsionado pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial. Estes dados alarmantes já levaram alguns estados norte-americanos a discutir seriamente a implementação de medidas eficazes para enfrentar este problema crescente no mundo inteiro.
No Reino Unido já foi implementado a Lei de Segurança Online em 2023, que tornou a partilha de conteúdo explícito sem consentimento oficialmente ilegal. Enquanto que em Portugal ainda não existe uma legislação específica para casos semelhantes ao de Taylor Swift, apesar da existência da Carta Portuguesa de Direitos Fundamentais na Era Digital, que foi atualizada pela última vez no ano de 2022. A falta de regulamentação nacional levanta várias questões sobre a necessidade de implementação de medidas legislativas para combater a disseminação de imagens falsas, de forma a proteger a privacidade de toda a população.