Nem sempre é fácil pagar os estudos, mas com estas dicas vai conseguir, sem pedir ajuda.
Muitas vezes pagar a faculdade não é fácil. Pedir ajuda a familiares não é sempre certo e é difícil suportar todas as despesas que envolvem. Nestes custos, incluem-se não só as propinas, mas também as refeições, livros e outro material escolar que os filhos necessitam durante alguns anos até terminar o curso.
Devido à pandemia da Covid-19, os problemas económicos acentuaram-se fazendo com que mais alunos no ensino superior sentissem dificuldade em suportar as despesas associadas à sua formação. Assim, independentemente de ter apoio financeiro dos seus familiares ou estar a receber uma bolsa de estudo, deixamos-lhe algumas dicas que podem ajudar a pagar o curso sem ajuda dos pais.
TRABALHAR ENQUANTO FAZ O CURSO
Trabalhar a tempo inteiro enquanto estuda é uma das formas de pagar o seu curso e ainda conseguir poupar algum dinheiro para si. No entanto, ao fazer as duas coisas ao mesmo tempo, certamente não terá tanto tempo para aproveitar a vida social como a maioria dos estudantes.
Por essa razão, um emprego apenas em part-time pode ser uma alternativa, desde que lhe permita ganhar dinheiro suficiente para pagar os seus estudos. Assim, consegue ter mais tempo para si, mas tudo depende da sua situação financeira e das despesas que tem a seu cargo.
Por exemplo, se tiver de pagar as despesas de habitação ou quarto, só com um part-time dificilmente conseguirá pagar os seus estudos, alimentação e outros custos. Logo, deve considerar outras fontes de rendimento além do seu part-time, nomeadamente uma bolsa de estudo.
CANDIDATAR-SE A UMA BOLSA DE ESTUDO
Para fazer face às despesas de um curso, conseguir uma bolsa de estudo de ação social pode fazer a diferença. No entanto, tem de reunir alguns critérios para que esta lhe seja concedida. Além de ser necessário apresentar uma candidatura válida a um curso superior, os requisitos são: o estudante deve encontrar-se inscrito em, pelo menos, 30 créditos (ECTS), se este já estiver matriculado em alguma instituição de ensino superior; o património mobiliário do agregado familiar (incluindo o do estudante) não pode exceder 240 vezes o valor do IAS (Indexante para Apoios Sociais que estee ano foi fixado em 443,20€); o estudante deve apresentar um aproveitamento escolar de 36 créditos no ano anterior, no caso de lhe já ter sido atribuída uma bolsa de estudo; o rendimento anual ao agregado familiar não pode exceder 18 vezes o IAS, juntamente com o valor da propina anual; e as informações relativas à situação tributária e contributiva do estudante devem encontrar-se regularizadas.
Tenha em atenção que os valores das propinas podem diferir entre faculdades. Por isso, os cálculos para atribuição de uma bolsa de estudo dependem sempre da instituição de ensino.
GESTÃO DA ALIMENTAÇÃO
Outra forma de poupar e ainda ajudá-lo a conseguir pagar o curso sem ajuda dos pais, está relacionada com a gestão da alimentação. Nomeadamente, com a possibilidade de escolher fazer as refeições na cantina, em vez de shoppings ou restaurantes. Por exemplo, suponha que uma refeição na cantina de uma universidade ronda os 3€. Se almoçar todos os dias num restaurante e gastar 7,5€ no seu almoço, gasta mais 4,5€ por dia. No final de um mês, terá gasto 100€ a mais do que se almoçasse apenas na cantina da universidade.
Este montante “aparentemente pequeno” faz diferença nas contas de um estudante. Tendo em conta que as propinas numa instituição pública rondam os 700€ (exemplo considerado da Universidade de Lisboa), isto significa que se poupasse esses 100€ mensais, conseguiria pagá-las apenas com este esforço nas questões da alimentação.
Claro que outra opção é cozinhar em casa e levar marmitas. Assim, o único dinheiro que gasta é de comida para casa e consegue gerir as suas refeições e acaba por poupar mais.
FAZER ESTÁGIOS DE VERÃO
Por esta altura do ano, existem várias possibilidades de fazer estágios e conseguir ganhar mais algum dinheiro. Além disso, vai também ganhar experiência e aplicar os conhecimentos que foi adquirindo ao longo do curso. Ao contrário de um part-time normal, um estágio de verão deverá estar relacionado com a sua área de formação. Se tiver um bom desempenho, pode até receber uma proposta para trabalhar a tempo inteiro após a conclusão do curso.
Além disso, se trabalhar a tempo inteiro durante os três meses de verão, vai conseguir juntar uma boa quantia para o começo do novo ano letivo. Esse dinheiro pode ser utilizado para pagar parte das suas propinas, compra de livros e material escolar, ou até mesmo em formações que pretenda fazer para adquirir mais competências.
PROCURAR ALOJAMENTO COM ANTECEDÊNCIA
Além das propinas, os custos relacionados com o alojamento têm um grande peso no orçamento de um estudante. Especialmente se estiver a estudar longe da família, torna-se ainda mais importante minimizar estas despesas. Embora não exista uma fórmula mágica para ter acesso a um alojamento acessível, existem opções às quais pode recorrer.
Por exemplo, pode candidatar-se ao arrendamento acessível através do Portal da Habitação. Os estudantes não necessitam de ter rendimentos próprios, mas deve existir alguma garantia (fiador) que assegure o pagamento da renda.
Outras alternativas incluem arrendar um apartamento e dividir as despesas com outros estudantes ou recorrer às residências de estudantes, regra geral geridas pelas instituições de ensino. No entanto, tenha em consideração que os preços não são tabelados, por isso podem variar consoante a instituição. Uma vantagem das residências de estudantes é que, na maioria dos casos, as despesas de água, eletricidade, etc. já estão incluídas na mensalidade. Além disso, parte das despesas com o alojamento podem ser deduzidas no IRS.
PREFIRA INSTITUIÇÕES DE ENSINO PÚBLICAS
Uma das formas para minimizar os custos da sua formação é escolher uma das instituições de ensino públicas. Desta forma, vai conseguir diminuir as despesas com as propinas. Ao contrário das instituições de ensino privadas, as públicas são significativamente mais acessíveis.
No entanto, “nem tudo são rosas”. Espera-o uma maior competição para ingressar nas instituições públicas, o que faz com que as médias de ingresso sejam mais altas.
Por exemplo, o primeiro curso privado de Medicina custa cerca de 1625€ por mês, mas no ensino público ronda os 700€ por ano. Ainda que na grande maioria dos casos os custos numa instituição privada não atinjam valores tão altos, são significativamente superiores a uma pública.
Artigo por Maria Ana Tojo