Erlend Øye, vocalista da banda The Whitest Boy Alive e o baterista Sebastian Maschat lançaram um álbum, gravado durante a quarentena
O título do disco, “Quarantine at El Ganzo”, esconde uma história engraçada, e um feliz acaso do destino, nesta altura de incertezas.
Depois de um muito aguardado regresso no início do ano de “The Whitest Boy Alive”, o músico norueguês e front-man da banda, Erlend Øye viajou, em março, para o México, para tocar em vários festivais com os restantes membros.
Depois de lançarem o single “Serious”, a sua primeira novidade em 11 anos, preparavam-se agora para voltar a subir aos palcos.
Mas, como de uma forma ou de outra nos aconteceu todos, a pandemia trocou-lhes as voltas. Os concertos foram cancelados, e nenhum deles conseguiu sair do país para regressar a casa.
Mesmo dentro das mesmas fronteiras, os integrantes da banda tiveram de seguir caminhos diferentes para passar as semanas da quarentena: enquanto Erlend, Sebastian e o agente de booking Jorge Aguilar viajaram para San José del Cabo, onde ficaram hospedados no hotel El Ganzo, Daniel e Marcin, o pianista e o baixista, ficaram na Cidade do México.
“Presos” no mesmo hotel, Øye (também membro do duo Kings of Convenience) e o seu amigo e colega Sebastian Maschat começaram a preparar um novo disco.
A ideia era que todos os membros do grupo gravassem remotamente, mas não funcionou. O mote foi dado, então, por Maschat, que tinha escrito uma música sobre a sua paixão pelo surf, “Wipe Out”.
Øye, acompanhando com a guitarra elétrica, ajudou-o a gravar, Paco Rosas, um engenheiro de som local, entrou no baixo, e o agente Jorge Aguilar na bateria, dando espaço a Sebastian Maschat de assumir o papel de vocalista.
Assim, surgiu a primeira música do álbum, composto por inúmeras canções escritas por Maschat ao longo dos anos e nunca antes partilhadas.
Segundo Øye, esta “é a gravação e o lançamento de um álbum mais rápido da minha carreira. É uma espécie de álbum a solo duplo, partilhado com o Maschat, que aqui se estreia como cantor e compositor”.
O álbum conta com as vozes de Øye e Maschat, embora este último também se encarregue de pianos, sintetizador, flauta, trombone e, obviamente, todo o tipo de percussão.
São 14 canções que se ouvem em 45 minutos, e nos deixam com a sensação que é possível encontrar alguma tranquilidade no meio do caos.
Em baixo, veja um pequeno documentário sobre o making of deste disco, no qual até o próprio dono do hotel (e do estúdio onde gravaram), Bear Kittay, colaborou.