Embora não emitam poluentes quando circulam, os elétricos têm uma pegada carbónica, em virtude da sua produção e da percentagem renovável na energia dos carregamentos.
Os automóveis 100% elétricos têm zero emissões locais, mas não têm zero emissões durante todo o seu ciclo de vida, pois para nascerem (numa fábrica), circularem (através de carregamentos) e morrerem (num centro de desmantelamento) é sempre necessária a produção de energia, logo há sempre emissões poluentes associadas.
A Polestar, fabricante sueco de automóveis elétricos premium que pertence ao Grupo Volvo/Geely, analisou o impacto do fabrico do seu mais recente lançamento, o Polestar 3, desde que começa a ser feito até sair do portão da fábrica, o chamado “cradle-to-gate”, bem como “do berço ao túmulo” (“cradle-to-grave”) para uma vida útil de 200.000 km.
Feitas as contas, “do berço ao túmulo” (“cradle-to-grave”), o Polestar 3 tem uma pegada de carbono total correspondente à emissão de 44,5 toneladas de CO2-eq. Ou seja, se até sair de fábrica o Polestar 3 emite 24,7 t, durante a sua utilização o SUV é responsável por mais 19,3 t.
A pegada de carbono total do automóvel pode variar entre 28,5 e 44,5 tCO2e, dependendo da eletricidade utilizada para carregar o veículo durante a sua vida útil.
Produção
Verificou que a maioria das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) implicadas neste SUV resultam da extração e processamento de vários materiais, com três componentes – alumínio, aço e baterias.
De acordo com esta avaliação, a maior parte do impacto, constituindo 68% do total, provém da variedade de materiais utilizados na produção do veículo do veículo.
O relatório de Avaliação do Ciclo de Vida (LCA) do Polestar 3 mostra que dentro dos 68% da pegada de carbono do modelo atribuídos à produção e à refinação de materiais, o alumínio representa 24%; o ferro e o aço 17%.
Posteriormente, a produção dos módulos de bateria representa 24% do impacto climático “cradle-to-gate”, enquanto 7% da pegada total está associada à logística e 1% aos processos de fabrico.
TABELA
Polestar 3 – Pegada de carbono até sair da fábrica
Produção de materiais e refinação total 68% 16,8 tCO2e
Módulos das baterias de iões de lítio 24% 5,9 tCO2e
Fabrico (1%) e Logística (7%) 8% 2 tCO2e
TOTAL 100% 24,7 tCO2e
Fonte: Polestar
O construtor indica ainda que a pegada de carbono total do seu primeiro SUV, o Polestar 3, é inferior à do Polestar 2, um automóvel mais pequeno: 24,7 tCO2e contra 26,1 tCO2e. Uma prova de que, mesmo nos grandes SUV, é possível tomar medidas para reduzir o seu impacto climático, o que, no caso deste fabricante, foi feito através da redução das emissões relacionadas com o alumínio e a bateria.
Ou seja, a marca refere ainda que a pegada não é maior porque 81% do total da produção em massa de alumínio do Polestar 3 e a produção de módulos de células de bateria de iões de lítio, utilizam 100% de eletricidade renovável. Ao fazê-lo, foram eliminadas 8,5 tCO2e. A marca também recorre a alumínio reciclado.
Inicialmente produzido para a fábrica da Volvo Cars em Chengdu, na China, a produção adicional deste Polestar 3 está prevista para a Carolina do Sul, nos EUA, em meados de 2024. Ambas as fábricas utilizam eletricidade 100% renovável.
Fredrika Klarén, Head of Sustainability da Polestar, afirma: “A maior parte das emissões de gases com efeito de estufa de um veículo resulta da extração e do processamento de materiais. À medida que aceleramos a adoção de automóveis elétricos, há muito que podemos fazer para reduzir as emissões relacionadas com a produção e reforçar o papel das inovações e dos automóveis elétricos como uma solução climática.”