A temperatura média do ar deve voltar a ficar acima dos níveis considerados normais até ao final do ano.
“Quente” e “seco” acompanham os boletins mensais do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para praticamente todos os meses do ano de 2022. Nos primeiros oito meses, março foi o único que registou valores de temperatura e de precipitação considerados normais – a referência é o período entre 1971 e 2000 -, o que mostra grandes anomalias num ano que foi, quase sempre, quente e seco.
A nova estação do ano começou na sexta-feira (23) e, segundo as previsões do IPMA, vai voltar a verificar-se mais calor do que era suposto e vai chover menos que o normal, acompanhando a tendência do ano, e que se estenderá para o resto de 2022. A previsão de longo prazo do instituto aponta que estas anomalias vão continuar em outubro e novembro, meses que vão, também, ser mais quentes e secos do que seria normal.
“Na temperatura média mensal do ar, prevê-se anomalia positiva sobre o território continental, 0,25 graus a 1 grau, para os meses de outubro e novembro”, refere a nota do IPMA.
Estes valores ajudam a explicar porque é que Portugal está, desde há vários meses, em situação de seca. Atualmente, vivemos entre uma seca severa (60,4% do território) e seca extrema (39,6%), os dois únicos cenários que o país conhece desde julho, num ano que não teve valores considerados normais em nenhuma parte do território continental. Setembro até foi um mês de “desagravamento significativo” da situação de seca, mas o cenário está longe de acabar. De resto, a última vez que isso se verificou foi na região do Minho e perto da Serra da Estrela, em 2021.