A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revelou que Portugal está no top 10 dos países com maior carga fiscal.
Um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revelou que Portugal está entre os dez países (8º) com a carga fiscal mais elevada sobre o trabalho. Segundo o relatório ‘Taxing Wages’, que analisa anualmente a tributação dos rendimentos do trabalho em 38 nações, Portugal viu a sua carga fiscal sobre o trabalho subir pelo quinto ano consecutivo, atingindo os 42,3%.
Com isto, há que destacar que em Portugal um trabalhador solteiro e sem filhos que tenha recebido 23.714€ (salário médio) em 2023, levou para casa apenas 57,7% do valor bruto da sua remuneração.
A liderar a respetiva tabela estão países como Bélgica (52,7%), Alemanha (47,9%), França (46,8%) e Itália (45,1%), com cargas fiscais que ultrapassam os 45%. Em contraste, nações como Colômbia (0,0%), Chile (7,1%) e México (20,0%) têm as cargas tributárias mais baixas.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico destaca ainda que, apesar do aumento nominal dos salários médios em 37 países, em termos reais houve uma queda em 18 deles. Portugal é um dos países que faz parte do grupo em que o salário efetivo aumentou, embora de forma modesta, em 1,8%.
O respetivo relatório refere que o impacto da tributação não se limita aos indivíduos solteiros sem filhos, visto que os casais com dois filhos, onde um dos cônjuges ganha 100% do salário médio e o outro 67%, também enfrentaram um aumento generalizado na carga fiscal em 21 estados membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Entre os diferentes tipos de agregados familiares analisados, os casais sem filhos com dois salários a 167% do rendimento médio registaram o maior aumento na carga fiscal. Por outro lado, os monoparentais que receberam 37% do vencimento médio viram uma diminuição na sua carga tributária.
Estes dados refletem não apenas a realidade económica de Portugal, mas também destacam a tendência global de aumento da tributação fiscal sobre o trabalho, o que pode ter importantes implicações para o bem-estar económico das famílias e o crescimento da economia a longo prazo.