Chancel Mbemba bisou e deu a vitória ao FC Porto frente ao SL Benfica no final da Taça Rainha de Portugal num jogo onde os Dragões passaram praticamente uma hora de jogo com menos um
A Portuguesa tocou no Estádio Cidade de Coimbra e não no Jamor. Desde a temporada 1982/1983 que a festa da Taça não se fazia longe desse local histórico. Uma festa onde o público ficou em casa ao invés de ir ao estádio. Num momento de competição desportiva não foi esquecida a ação dos profissionais dos serviços essenciais durante o hino nacional. Sabe a pouco, mas é bem aceite.
Um jogo sem grandes novidades nos onzes. Seferevic e Chiquinho na frente das águias. Luis Díaz e Uribe titulares apesar das dificuldades físicas durante a semana. Na baliza, o campeão europeu sub 17 e sub 19 Diogo Costa.
O FC Porto entrou melhor nos primeiros 25 minutos. 5 cantos e, pelo menos, uma grande oportunidade através de Corona, logo aos quatro minutos de jogos após assistência de Marega. Chiquinho teve oportunidade de finalizar aos 6, após cruzamento de Cervi, mas o remate do português saiu pela linha lateral. Luis Díaz foi expulso, após duplo amarelo (aos 38 e aos 8) depois de uma falta sobre André Almeida. Até ao final da primeira parte, também Sérgio Conceição seria expulso através de duplo amarelo, muito provavelmente por palavras dirigidas à equipa de arbitragem liderada por Artur Soares Dias.
Logo na entrada da segunda parte, Mbemba cabeceou para dentro da baliza encarnada após erro clamoroso de Vlachodimos, após um livre batido por Alex Telles no lado esquerdo do ataque azul e branco. Aos 57, o mesmo Mbemba voltaria a marcar, também de cabeça após um livre, desta vez um cruzamento do lado direito por parte de Otávio.
O Benfica teve o seu primeiro remate enquadrado com a baliza aos 62 minutos de jogo, após cabeceamento fraco de Vínicius, que tinha entrado no decorrer da segunda parte para o lugar de Julian Weigl. O mesmo Vínicius teria uma outra oportunidade aos 74, num cabeceamento de cima para baixo após assistência de André Almeida, mas a bola saiu por cima da baliza portista. Vínicius marcaria aos 83 após um pénalti marcado após falta assinala a Diogo Leite. Não fica claro se o Soares Dias, com auxílio de Hugo Miguel no VAR, marca mão na bola do jovem português ou falta sobre Rafa. Até ao final do jogo, o Benfica tentaria a sua sorte com a oportunidade maior a surgir por Jota, que entrara para o lugar de Pizzi, já no período de compensação. Nota ainda para a expulsão de Tiago Pinto, no banco encarnado.
Um Porto que teve mais cabeça, tirando perto do final da primeira onde figurativamente a perdeu durante uns momentos, e foi uma equipa consciente. Um jogo que resultou em perfeição como resumo da temporada, destas duas equipas, que hoje termina, quase um ano depois de ter começado. Um Porto eficaz, fortíssimo nas bolas paradas, personalizado e com controlo do jogo. Um Benfica incapaz nos momentos importantes, frágil em bolas paradas defensivas, a sofrer golos após substituições e sem resultados a jogar com dois avançados.
A figura do jogo vai inevitavelmente para Mbemba que o define com dois golos. Marega teve um jogo esforçado. Corona não sabe jogar mal e foi uma preciosa ajuda nos procedimentos defensivos da equipa. Sinal menos para Diogo Leite que entrou no decorrer da segunda parte e causou o pénalti. Do lado do Benfica, grande parte da equipa foi amorfa. Sinal mais para Jardel e Vínicius. Rúben Dias tentou ser um pilar emocional chamando pela equipa nos seus momentos mais delicados. Pelo lado negativo, um jogo fraco de Nuno Tavares. Um lateral que tem vindo a jogar sem encantar, mas quase sempre com cruzamentos acutilantes. Hoje, nem isso. Seferovic foi outro elemento em destaque pela negativa. Múltiplos passes falhados, domínios de bola deficientes e fica associado ao segundo golo do Porto, colocando Mbemba em jogo.
Porto um justo vencedor. Marcou dois golos. O Benfica um. Mesmo tendo os encarnados mais um elemento durante uma hora de jogo. Num dia onde as equipas estrearam os novos equipamentos, o Benfica mostrou pouca criativade. Os dragões vencem as águias pela 3ª vez esta temporada, e com isso, todos os clássicos deste ano. Marcam o seu impacto nesta época futebolística 2019/2020. A época da pandemia e o ano do Dragão, que perde apenas a Taça da Liga para o Braga. O Benfica venceu a Supertaça, termina atrás do Porto na Liga e na Taça de Portugal e terá que disputar a 3ª pré-eliminatória da Champions. Entra em cena Jorge Jesus.
Ficará Conceição?
Este artigo foi escrito por Alexandre Ferreira