“A sua pressa desmedida leva tudo consigo, mas o resultado é insubstancial. Nada de significativo permaneceu no país após os seus sete anos no governo, e a memória dos portugueses sobre esse período não é positiva.”
O colapso e a subsequente demissão do governo foram estrondosos, destacando-se não apenas pelas questões recentes, mas por uma prolongada falta de coesão governativa. Os problemas de António Costa e do seu governo eram evidentes há muito tempo, marcados por casos sérios e muito graves. Desde o caso das viagens pagas pela Galp, logo no início do seu governo, o que levou à demissão de 3 secretários de estado, ao caso de Tancos das armas roubadas, às agressões entre assessores dentro do ministério das infraestruturas, à demissão da CEO da TAP baseada num parecer que depois não existia, houve de tudo. Uma profunda disfuncionalidade.
A incapacidade de transformar Portugal foi evidente, especialmente durante os sete anos de Pedro Nuno Santos no governo, primeiro como secretário de estado e figura central na “geringonça”, e depois como Ministro das Infraestruturas.
Embora seja um político combativo, Pedro Nuno Santos revelou-se arrogante e impaciente, muitas vezes precipitando-se em iniciativas sem aguardar o momento certo. Recordamos o episódio no Congresso do PS, onde, de forma inesperada, insinuou o desejo de liderar, mesmo com António Costa ainda no comando. A sua pressa desmedida leva tudo consigo, mas o resultado é insubstancial. Nada de significativo permaneceu no país após os seus sete anos no governo, e a memória dos portugueses sobre esse período não é positiva.
Ao completar oito anos no poder, o Partido Socialista parece ter conduzido Portugal a um estado de estagnação e declínio que contrasta vividamente com as promessas iniciais de progresso e prosperidade. Desde que o PS assumiu a governação em 2015, os indicadores económicos e sociais sugerem que o país está numa trajetória descendente. A ilusão de crescimento sustentável transformou-se em estagnação, com setores-chave como a habitação, a educação e a saúde a enfrentar desafios intransponíveis.
Pedro Nuno Santos, figura proeminente deste enredo, emerge como um ator principal de um filme de desgraça, com uma gestão que, em muitos aspectos, acentuou os problemas em vez de resolvê-los. Seja na controvérsia em torno da TAP, nas promessas não cumpridas na ferrovia, ou no contínuo declínio nas condições de vida, Pedro Nuno Santos representa a narrativa de um país que, ao invés de prosperar, parece estar à deriva.
A incapacidade de traduzir promessas em realizações tangíveis torna-se evidente, enquanto os portugueses enfrentam um cenário onde as suas aspirações são frequentemente ignoradas. O filme da desgraça, com Pedro Nuno Santos como protagonista, levanta questões sérias sobre a direção política do país e destaca a urgência de uma avaliação crítica do legado do Partido Socialista nestes últimos oito anos.
No quadro político português, a ascensão de Pedro Nuno Santos à liderança do PS levanta questões pertinentes sobre a sua capacidade e experiência para guiar o país. Ao analisar o seu histórico, percebemos que a sua trajetória política está manchada por escolhas questionáveis e falta de resultados concretos.
Um dos episódios que merece destaque é a sua autorização, feita por WhatsApp, do pagamento ilegal de uma indemnização de 500 mil euros na TAP. Este tipo de decisão leviana demonstra uma falta de respeito pelas regras e pela integridade das instituições.
Outro ponto crítico é a gestão desastrosa na TAP, que resultou na queima de 3.2 mil milhões de euros. Prometeu reembolsos que nunca chegaram, deixando-nos com a fatura para pagar através da dívida pública. Esta irresponsabilidade financeira não é digna de um líder que pretende gerir os destinos do país.
Na área dos transportes, a promessa de uma nova solução aeroportuária para Lisboa foi rapidamente anulada por António Costa, mostrando a falta de coordenação e visão no seio do governo.
Setores cruciais como a ferrovia e a habitação foram negligenciados durante os sete anos em que Pedro Nuno Santos ocupou o ministério responsável por estas duas áreas tão importantes. Enquanto a Europa avança, Portugal fica estagnado, uma clara indicação da sua incapacidade de liderar transformações estruturais.
Além disso, a sua posição sobre a dívida pública, ainda quando era apenas um jovem “Turco” e deputado em ascensão no PS, ameaçando não a pagar, revela uma falta de compreensão económica e uma abordagem populista para conquistar votos.
A intenção de formar uma nova geringonça com a extrema-esquerda, aquela que é anti-NATO, Anti-EU, que não condena a invasão da Ucrânia pela Rússia e só a muito custo condenou o Hamas pelo ataque terrorista, levanta sérias preocupações sobre a estabilidade e coesão futura do governo, bem como os compromissos com os nossos parceiros europeus e mundiais. Estas alianças representam uma ameaça à imagem de Portugal no mundo e um retrocesso em qualquer projeto de crescimento ou modernização do país. Ainda estamos lembrados das reversões levadas a cabo pelo governo da geringonça.
Durante o seu tempo no governo, Pedro Nuno Santos assistiu passivamente a escândalos e ineficiências, nunca assumindo uma postura crítica ou abandonando o cargo por discordar das políticas adotadas. Esta falta de coragem e responsabilidade não inspira confiança para liderar o país.
O avanço de Pedro Nuno Santos baseia-se exclusivamente na sua ambição pessoal e não num currículo sólido e comprovado, apesar de Luís Paixão Martins, dizer que possui um enorme carisma, o que poderia abrir caminho para um debate intenso sobre este tópico, Pedro Nuno Santos não é recordado como um ex-ministro que deixou uma boa marca na memória dos portugueses. É lembrado por todos, pelos casos em que esteve envolvido, que culminaram na sua demissão, mas, curiosamente, ninguém consegue apontar algo de substancial, seja uma obra ou um projeto digno de lembrança.
Num momento crucial, em que o país e o mundo enfrentam desafios significativos, como a guerra na Ucrânia, a questão de Israel e, obviamente, os desafios económicos, Portugal merece mais do que um líder inexperiente que patina nos dossiês e se perde em retórica vazia.
É necessário um líder com uma visão clara, experiência comprovada e a capacidade de enfrentar os desafios complexos que se apresentam. Pedro Nuno Santos parece mais impulsionado pela ambição pessoal do que pela preparação necessária para guiar Portugal nestes tempos críticos.
Miguel Baumgartner
Gestor e Dirigente nacional do CDS-PP