A New Men esteve no International Club of Portugal, onde o advogado Paulo de Sá e Cunha interveio sobre vários temas da atualidade judicial.
Realizou-se esta terça-feira (19 de março), no Lisbon Marriott Hotel, mais um evento do International Club of Portugal (ICPT). O tema para o almoço-debate promovido pelo Clube foi “O confronto entre a Política e a Justiça põe em crise o Estado de Direito? (Reflexões a pretexto de casos recentes da Justiça penal portuguesa)” e teve como orador convidado o advogado Paulo de Sá e Cunha, presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados.
Como já tem sido habitual, a New Men marcou presença como Media Partner do evento, onde testemunhou toda a intervenção do advogado Paulo de Sá e Cunha e no final teve a oportunidade de fazer uma entrevista exclusiva ao orador convidado para este almoço-debate do International Club of Portugal.
Para começar, a primeira questão incidiu sobre uma possível reforma da Justiça, depois das críticas feitas ao trabalho realizado pelo Ministério Público na Operação Influencer e na Operação Zarco. “Acho que é imperioso fazermos uma reforma da Justiça, mas temos que ter o cuidado de não legislar sobre impulso e a quente, a propósito de acontecimentos [Operação Influencer e Operação Zarco] que ainda estão muito vivos. Aliás, acho que o problema da reforma da Justiça não é essencialmente um problema de legislação, mas sobretudo um problema de alteração de mentalidades e de alteração de práticas ou de procedimentos, que é muito mais difícil do que o legislar, que é relativamente fácil. Já garantir uma boa aplicação das leis é às vezes um bocadinho mais difícil”, referiu o advogado Paulo de Sá e Cunha.
Como segunda pergunta para o presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados, a New Men questionou Paulo de Sá e Cunha sobre a detenção (Operação Zarco) do seu cliente Pedro Calado, antigo presidente da Câmara Municipal do Funchal, que durou três semanas sem uma decisão judicial e se a mesma violou os direitos humanos. “Sobre o caso em concreto não posso falar e já me pronunciei o que tinha a pronunciar. Relativamente a este caso só tenho a dizer que temos que aguardar pelo resultado do recurso e vamos ver o que é que sai daí. Acho que o tempo de detenção foi excessivamente longo, toda a gente diz isso e estamos de acordo. Agora, foi o que foi e já não podemos reparar o que já aconteceu”, concluiu o advogado.
De relembrar que o International Club of Portugal vai ter novo almoço-debate esta quarta-feira (20 de março), no Lisbon Marriott Hotel, com o orador convidado a ser o Dr. Rui Calafate, consultor de comunicação e comentador CNN Portugal, que irá debater o tema “A caminho da instabilidade permanente”.