Hoje quero contar mais uma pescaria aos sargos, desta vez à “chumbadinha”.
Mais uma vez, como de costume, saí de casa bem tarde, pois faço questão de tomar o pequeno almoço em casa com a família.
Contudo, esse hábito tem um preço. Quando cheguei à beira mar havia pescadores por todo o lado, não havia um pesqueiro que não estive-se ocupado.
No entanto, eu sei que o nosso litoral é muito grande e há sempre um lugar para se pescar.
Então coloquei todo o material às costas e comecei a caminhar junto à costa até encontrar um pesqueiro que me pareceu ter condições e que estava desocupado.
A maré ainda estava bem em baixo, mas rapidamente desci a falésia, armei a minha velha Maresia Especial Cabo da Roca, que é a cana que mais gosto para a pesca à “chumbadinha”, isquei um mexilhão e fiz o primeiro lançamento. Poucos segundos se passaram e senti logo um sargo a picar. Baixei um pouco a ponta da cana para ter margem para a ferragem, esperei o momento certo e facilmente ferrei o peixe.
A pesca estava a correr de feição, os primeiros três lançamentos foram três bons sargos.
Entretanto, enquanto a maré ia subindo, o pesqueiro começava a reunir as condições que eu pretendia para pescar grandes sargos.
Havia um cantinho em que eu esperava ter a cota de água certa para lançar para lá a minha iscada de mexilhão. Tinha acabado de iscar, olhei para lá e pensei “já está no ponto” e pimbas, lancei para lá.
Logo após o lançamento sinto uma puxada decidida e ferro o peixe. De imediato percebi que era um bom sargo, não queria sair do fundo, e quando puxava era com muita força.
Demorou a aparecer ao de cima da água, mas quando o vi, pareceu-me um bom peixe, um sargo entre 1.200kg ou 1.500kg. Como nunca tinha pescado ali, optei por levantar o peixe a peso pois tenho muita confiança no fio que uso no estralho.
No entanto, assim que comecei a levantar o peixe da água percebi que tinha cometido um grande erro, o peixe era muito maior do que eu tinha calculado, pois eu estava a fazer muita muita força, a cana estava muito vergada e o carreto não queria rodar de madeira nenhuma.
(E sei que aquele carreto enrola 1.500kg sem problema algum).
Ainda pensei em desistir de o levantar a peso e ir buscar o cesto, mas o peixe já estava suspenso no ar, a linha já estava a suportar todo o peso e não tinha partido. Então arrisquei a levar todo o material ao limite e a puxar o peixe.
Mas pouco depois oiço um grande estrondo, como se a cana tivesse partido e o sargo gigante caiu ao mar. Acabei por descobrir depois que tinha encostado a linha na pedra e que tinha partido pela linha 0.30mm do carreto e não pelo 0.22mm do estralho.
Foi muito difícil de ver o peixe morto a boiar no mar, mas foi o que aconteceu, não podia fazer mais nada. No fim acabei por fazer uma excelente pescaria e ficar com mais uma história para contar.
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Este artigo foi escrito por Manuel Monteiro