Muitas pessoas perderam o olfato devido à Covid-19. Esta nova terapia vai ajudar a recuperá-lo.
Uma grande percentagem da população que foi infetado com o novo coronavírus sofreu de perda de olfato. Foi, muitas vezes, um dos primeiros sintomas que ajudaram a que percebessem que contrariam o vírus, sobretudo devido ao impacto que a falta deste sentido teve no seu dia a dia.
No entanto, com o tempo percebeu-se que, mesmo após terem recuperado da fase mais aguda da infeção da doença, algumas pessoas ainda não tinham recuperado totalmente o olfato. Isto acontece porque se acredita que o vírus atinge o nervo olfativo e restantes partes do cérebro responsáveis pelo olfato, através do nariz, onde se localizam os neurónios que detetam os odores.
Todavia, há boas notícias. O Hospital Garcia de Horta, em Almada, desenvolveu um projeto pioneiro destinado a ajudar doentes que, por causa da Covid-19 ou outras doenças, perderam o olfato.
Segundo a notícia avançada pela CNN Portugal, trata-se de um kit que serve para avaliar quais são as dificuldades olfativas dos doentes e, depois da terapêutica, perceber se houve uma melhoria. A novidade que agora chega a Portugal já existia noutros países, mas com aromas que não se ajustavam à população portuguesa, como adiantam os especialistas envolvidos na iniciativa. Por isso, criaram uma nova terapia com cheiros característicos do País em que é possível identificar o aroma do café, da alfazema, do cravinho ou de algumas peças de fruta.
Os pacientes aptos para a terapia começam por cheirar 23 odores para se perceber quais conseguem identificar. Depois levam para casa aqueles os que não ainda não conseguem para iniciarem o tratamento. “O objetivo é ir cheirando para ir treinando a memória, associando o odor a situações passadas ou presentes, para que a partir daí consiga identificar os cheiros”, explica o médico do hospital de Almada, aqui citado pela CNN Portugal.
Segundo os especialistas os resultados têm sido muito positivos, com impacto na qualidade de vida dos pacientes. O próximo passo é expandir esta terapia a outras unidades de saúde nacionais.
Artigo por Maria Ana Tojo