António Guterres, o secretário geral da ONU, já reagiu.
As mulheres afegãs vivem cercadas de restrições e os avanços que tinham conquistado em anos anteriores foram interrompidos com o regresso dos talibãs ao poder, a 15 de agosto de 2021, após 20 anos. A mais recente repressão contra o sexo feminino ficou conhecida na passada terça-feira, quando o ministro do ensino superior, Neda Mohammad Nadeem, emitiu um comunicado a informar que até novo aviso as faculdades estariam proibidas às mulheres.
“Informo todos para implementar a mencionada ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso”, lê-se na carta enviada às universidades públicas e privadas.
As mulheres já tinham sido excluídas do ensino primário e secundário mas o acesso à faculdade continuava permitido, conquanto que houvesse segregação de género. Isto até agora, numa altura em que os talibãs decidiram que as mulheres não podem frequentar as universidades.
A condenação internacional
De acordo com o porta-voz Stéphane Dujarric, perante esta decisão, o secretário geral da ONU, António Guterres, está “profundamente alarmado”, e salientou ainda que “a negação à educação não só viola a igualdade de direitos das mulheres e raparigas, como terá um impacto devastador para o futuro do país”.
Citada pelo The Guardian, Manizha Ramizy, professora e ativista exilada, contou que recebeu várias mensagens de ex-alunas a dizer que estavam assustadas e não depositavam esperança no futuro.
Os mesmos testemunhos recebeu a ativista Sahar Fetrat, que no site oficial da ONG Human Rights Watch escreveu que este é “um ataque cruel aos direitos das mulheres” e aniquila o raio de esperança que várias jovens afegãs tinham mantido enquanto frequentavam a faculdade.
Recorde-se que em novembro, as mulheres tinham sido proibidas de entrar em parques de diversão.