
Como solucionar o problema das “orelhas de abano”? Nós explicamos tudo.
Não há dúvidas que a máscara se tornou no novo melhor amigo do homem. As máscaras de proteção respiratórias são fundamentais e indispensáveis para nos prevenir do contágio no novo coronavírus, sendo o seu uso obrigatório por lei. Mas, será que para além dos benefícios, o seu uso também nos pode trazer malefícios? Infelizmente, a resposta é: sim.
Vários especialistas têm advertido que, a longo prazo, o uso prolongado da máscara pode trazer várias consequências, não só para a pele, como para as orelhas, devido ao afastamento que o elástico das máscaras causa na cartilagem das – tornando-as em formato “abano”. A New Men falou com a Drª Rosália Pedrosa, da Clínica Liberty, em Lisboa, para perceber como as máscaras podem ser prejudiciais para as nossas orelhas, a longo prazo.
De acordo com a Drª Rosália Pedrosa, os elásticos das máscaras convencionais que todos nós usamos diariamente acabam por pressionar sistematicamente as orelhas, o que faz com que estas se afastem de forma continua e prolongada, da nossa cabeça. “Se nós pressionarmos durante muito tempo uma cartilagem, no sentido contrário ao da cabeça, o que é natural que venha a acontecer é que a cartilagem se afaste”, salienta.
Mas, afinal como nos podemos proteger deste problema? Talvez seja essa a questão que muitos portugueses têm em mente, quando se deparam com esta realidade. Optar por tecidos suaves e macios que não causem tensão na zona das orelhas, ou usar em vez de elásticos, faixas de tecido que em vez de estarem presas à orelha estão à volta da cabeça, são algumas das principais advertências e conselhos.
A longo prazo e nos casos mais notórios, é usual que as orelhas fiquem cada vez mais afastadas da cabeça. Nesses casos, a Drª Rosália Pedrosa sugere duas alternativas de tratamento: em primeiro lugar, e como é comum nos desportos de combate, é sugerido que o paciente use bandas de contenção para contrariar os puxões ou, e em situações mais graves, opte por proceder a uma otoplastia, a cirurgia de correção das orelhas.
“A cirurgia de otoplastia consiste em fazer uma incisão atrás das orelhas, na zona onde hoje em dia todos nós usamos os elásticos, e costurar mais próximo das orelhas, de forma a que elas fiquem menos descoladas “, refere.
Na Clínica Liberty, em Lisboa, a Drª Rosália conta à New Men que já há quem sofra com os efeitos este problema, que teve origem no início da pandemia em março de 2020. “As pessoas já têm consciência do desregulamento das suas orelhas, por terem usado constantemente máscaras nos últimos meses. Nesse caso, a otoplastia é uma opção cirúrgica para a resolução desse problema”.
Segundo a diretora-geral da Clínica Liberty, a otoplastia é a cirurgia que corrige as deformações nas orelhas, em muitos casos, denominadas como “orelhas de abano” ou “orelhas descoladas”. Este procedimento cirúrgico, que pode ser feito com anestesia geral ou local e sedação, permite alterar a forma e a posição das orelhas.
Em tempos de pandemia, pouco se sabe sobe as certezas do amanhã. Até ao momento apenas temos a certeza de uma coisa: as máscaras, tão cedo, não vão abandonar o nosso dia-a-dia, portanto, o melhor é habituarmo-nos a elas. No processo de escolha é preciso ter em conta uma máscara adequada que prejudique, o menos possível, a estética do nosso corpo.
Este artigo foi escrito por Beatriz Bernardino