Para além de Fernando Madureira, outro membro dos Super Dragões, Hugo Carneiro, recebeu a medida de coação mais gravosa por parte do Tribunal.
O Tribunal de Instrução Criminal do Porto determinou que o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, e Hugo Carneiro, outro dos membros da claque do FC Porto, vão permanecer em prisão preventiva até ao julgamento. Estas medidas de coação foram anunciadas uma semana após as detenções no âmbito da Operação Pretoriano.
A decisão foi anunciada, ao final do dia desta quarta-feira (7 de fevereiro), pelo juiz de instrução Pedro Miguel Vieira e para além de Fernando Madureira e de Hugo Carneiro, Vítor Catão, antigo presidente do São Pedro da Cova e conhecido adepto dos azuis e brancos, ficará em prisão domiciliária com vigilância eletrónica.
O Ministério Público, que promoveu as medidas cautelares mais severas para os três suspeitos mencionados, não solicitou a privação da liberdade para os restantes nove arguidos da Operação Pretoriano. Destes, seis foram libertados na terça-feira (6 de fevereiro), enquanto os outros três deixaram de estar presos no sábado passado (3 de fevereiro).
Entre as medidas impostas a estes nove arguidos em liberdade, destaca-se a proibição de contato entre os mesmos ou com membros da direção do FC Porto e elementos dos Super Dragões, bem como a interdição de acesso a recintos desportivos e a obrigação de apresentação periódica às autoridades – três vezes por semana e ainda nos dias e à hora em que a equipa principal de futebol dos azuis e brancos jogar.
Sandra Madureira, vice-líder da claque do FC Porto, está entre os arguidos sujeitos a estas medidas de coação. No entanto, a esposa de Fernando Madureira pode manter contato com o seu marido devido ao respetivo vínculo familiar.
Operação Pretoriano
A Operação Pretoriano foi desencadeada no dia 31 de janeiro pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e resultou na detenção de 12 pessoas, incluindo funcionários do FC Porto e o próprio líder dos Super Dragões. Esta operação investiga os distúrbios ocorridos durante a Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube azul e branco, a 13 de novembro do ano passado, e as ameaças dirigidas a André Villas-Boas, um dos três candidatos – Pinto da Costa e Nuno Lobo são as outras opções – à presidência do FC Porto para as eleições que se vão realizar no próximo mês de abril.
O momento em que um associado do FC Porto é agredido e retirado do Dragão Caixa após dar a sua opinião pic.twitter.com/mgnUVug5xs
— maisfutebol (@maisfutebol) November 14, 2023
Segundo os documentos judiciais, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto alega que os Super Dragões procuraram “criar um clima de intimidação e medo” na referida Assembleia Geral, com o objetivo da aprovação de uma revisão estatutária “do interesse da atual direção” do clube azul e branco. Os crimes imputados incluem “ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação”.