São vários os crimes apontados ao líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, à sua esposa e a outras dez pessoas ligadas ao respetivo grupo.
As autoridades realizaram, esta quarta-feira (31 de janeiro), uma operação que resultou na detenção de Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, da sua esposa (Sandra Madureira) e de outras dez pessoas ligadas ao grupo organizado de adeptos do FC Porto. As ações foram ordenadas pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por conta dos incidentes ocorridos na Assembleia-Geral do clube no mês de novembro do ano passado.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) conduziu buscas domiciliárias na zona do Grande Porto ao início da manhã, que culminaram na detenção de Fernando Madureira e da sua esposa, para além de outros membros da claque dos azuis e brancos. Os crimes em questão são os de “ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”, comunicou o Ministério Público (MP).
Os confrontos na respetiva Assembleia-Geral levaram a episódios de violência no Dragão Arena – de relembrar que esta assembleia era para ser realizada no auditório Estádio do Dragão, mas teve que ser transferida para o pavilhão do FC Porto devido ao número de sócios presentes ser muito elevado. Vários vídeos divulgados nas redes sociais e relatos de sócios confirmaram as altercações ocorridas nas bancadas.
O momento em que um associado do FC Porto é agredido e retirado do Dragão Caixa após dar a sua opinião pic.twitter.com/mgnUVug5xs
— maisfutebol (@maisfutebol) November 14, 2023
Estas buscas realizadas também estão relacionadas com as ameaças dirigidas a André Villas-Boas, um dos três candidatos – Pinto da Costa e Nuno Lobo são as outras opções – à presidência dos azuis e brancos para as eleições que se vão realizar no mês de abril de 2024. No final do ano passado, junto à residência do antigo treinador do FC Porto, o segurança do condomínio foi agredido e um dos muros da sua casa foi vandalizado. Os Super Dragões, na altura, negaram qualquer envolvimento nestes atos de vandalismo e violência, apelando mesmo ao Ministério Público para abrir um inquérito.
Fernando Madureira e os restantes detidos, entre eles Vítor Catão (conhecido adepto do FC Porto) e Fernando Saúl (oficial de ligação aos adeptos azuis e brancos – ‘speaker’ do Estádio do Dragão), enfrentam agora acusações relacionadas com os incidentes na Assembleia-Geral e com as alegadas ameaças a André Villas-Boas. A destacar ainda que as autoridades apreenderam alguns bens, como são os casos de três carros de alta gama, do líder dos Super Dragões, uma arma de fogo, vários milhares de euros, artefactos pirotécnicos, droga (cocaína e haxixe) e mais de 100 bilhetes.