O músico e ator confirmou, através das redes sociais, que vai dar vida ao rei da Pop Art no cinema
“Sim, é verdade. Vou ser o Andy Warhol num novo filme”, escreveu Jared Leto na sua página de Instagram, mostrando-se “grato e entusiasmado com a oportunidade”.
O vocalista de 30 Seconds to Mars aproveitou também a ocasião para desejar “parabéns atrasados” ao artista, naquele que seria o seu 92.º aniversário. Andy Warhol nasceu a 6 de agosto de 1928 e faleceu em 1987.
Embora Jared Leto não tenha adiantado mais pormenores, o seu nome já tinha sido associado a um filme biográfico sobre Warhol, em 2016. Na altura, foi avançado que o filme seria baseado no livro de Victor Bockris “Warhol: The Biography”, produzido por Michael De Luca, e teria Terence Winter (The Wolf of Wall Street) a cargo do guião.
Andy Warhol tornou-se um dos mais famosos artistas americanos, e o mais proeminente embaixador do movimento artístico Pop Art, nos anos 60.
Juntamente com outros artistas como Roy Lichtenstein, Tom Wesselmann e James Rosenquist, “destronou” o Expressionismo Abstrato enquanto movimento mais relevante do panorama americano da época, para dar lugar à Era Pop Art.
Interessado em explorar a relação entre expressão artística, publicidade, e a cultura das celebridades e do consumo, Warhol recorreu a vários suportes como pintura, serigrafia, fotografia, filme e escultura, no seus trabalhos.
Aproveitou a obsessão que se fazia sentir, após os anos 50, por Hollywood e os bens de consumo, para tornar objetos do quotidiano, bens comerciais produzidos em massa e figuras da cultura popular americana em algumas das peças da Pop Art mais reconhecidas hoje em dia.
Com um toque satírico à sua superficialidade, Warhol representou nas suas obras muitas figuras e símbolos do tempo em que viveu tais como Mick Jagger, Elizabeth Taylor, Marilyn Monroe, e garrafas de Coca Cola, hambúrgueres, entre muitos outros.
O seu estúdio em Nova Iorque, “The Factory”, tornou-se um ícone não só pelas obras que ali foram produzidas mas especialmente por ter sido um lugar que reunia uma série de pessoas de diferentes origens e classes sociais – celebridades de Hollywood, intelectuais ilustres e abastados, drag queens e muitas figuras boémias das ruas da cidade.
A sua personalidade algo enigmática e postura naïf também ajudaram a impulsionar a fama do seu trabalho. As suas explicações sobre as obras que produzia: “se querem saber tudo sobre o Andy Warhol basta olharem para a superfície dos meus quadros e filmes e de mim próprio, e aí estou. Não há nada por detrás disso”, intrigavam os críticos de arte que procuravam significados escondidos e subentendidos nas suas peças.
Alguns dos seus trabalhos mais conhecidos incluem as serigrafias das latas de sopa “Campbell’s” e inúmeros retratos – técnica que popularizou enquanto processo artístico, e que permite a reprodução de uma mesma imagem a cores várias vezes, de forma rápida e fácil.
Stephen Koch, autor do primeiro livro sobre a vida e a filmografia do artista, resumiu o legado do artista:
“Se nada restasse dos anos de 1962 a 1987 para além de uma retrospetiva de Warhol, os futuros historiadores e arqueólogos teriam uma cápsula do tempo com que trabalhar mais completa do que aquela oferecida por qualquer outro artista do mesmo período.
Stephen Koch
O trabalho de Warhol fornece uma crónica instantaneamente inteligível sobre aquilo que mais importava para as pessoas naquela altura, do suicídio de Marilyn Monroe à ascensão da China Comunista, (…) questões que vão desde as atitudes pós-Hiroshima em relação à morte e aos desastres, à ameaça cada vez maior da reprodução mecanizada e multi-imagem, até à nossa fé ainda persistente e antiquada (tanto comercial como estética) em originais únicos e feitos à mão”
Foi manager da banda “The Velvet Underground”, fundou a revista “Interview” e escreveu vários livros.
Enquanto o filme não chega, convidamo-lo a revisitar a obra de Andy Warhol na galeria abaixo: