Não há transalpino que se preze que não goste de cuidar da sua imagem, de ter um corpo atlético que combine com o coração fogoso dos latinos. Quem sai aos seus não degenera e o renovado Fiat 500X Sport que conduzimos durante uma semana é, claramente, um italiano de alma e coração.
Os anos vão passando pelo 500X, mas a apelo estético continua indiferente ao avançar da idade. Mais do que o último restyling, e o Vermelho Seduzione vivo da carroçaria da unidade ensaiada, o que leva os transeuntes a virar os pescoços à sua passagem é o novo traje desportivo da versão Sport. Adeus aplicações cromadas, olá escape desportivo de dupla saída, para-choques redesenhados, menor altura ao solo (como se quer num verdadeiro desportivo, mesmo que seja um crossover…) e jantes de maiores dimensões, que, no caso da unidade testada, eram as opcionais de 19” (350€).
O interior é também ele um exemplo de bom gosto e a esta versão Sport deixa pouco lugar à imaginação na dotação de equipamento de conforto e segurança, com uma lista exaustiva de auxiliares de condução e um sistema multimédia (Uconnect) sofisticado.
Mas a Fiat não se limitou a aplicar o badge “Sport” e a dar um cunho mais desportivo ao “embrulho”. As alterações operadas pelos italianos também se viraram para o reforço da dinâmica. A suspensão mais baixa (13 mm) é também ela mais firme, os amortecedores adotam a tecnologia FSD (sensíveis ao tipo de piso, mas totalmente “analógicos”) e a direção assistida elétrica foi recalibrada.
O resultado? Bem, o resultado é, no mínimo, meritório.
A escolha do motor também é decisiva para a boa impressão deixada. O 500X está disponível com motores Diesel (1.3 de 95 cv e 1.6 de 120 cv) e gasolina (1.0 turbo de 120 cv e 1.3 turbo de 150 cv, ambos da nova geração FireFly).
Esta unidade estava equipada com o mais potente 1.3 turbo de 150 cv e 270 Nm de binário, um enérgico, mas suave, quatro cilindros que casa na perfeição com o caráter mais aguerrido do 500X Sport. A caixa “automática” de seis velocidades (na realidade é uma caixa DCT de dupla embraiagem) dá conta do recado e tem sempre a solução de optar pelo comando manual através das patilhas no volante.
Em andamento, o 500X surpreende pela eficácia do comportamento, com reações previsíveis e um enorme controlo de movimentos da carroçaria. O excelente chassis (o mesmo do Alfa Romeo Giulietta) brilha pela eficácia em curva, atitude sublimada pela suspensão desportiva e os generosos pneus 225/40 R19”. O 1.3 FireFly é a cereja no topo do bolo, sendo possante e, ao mesmo tempo, muito suave, com uma resposta pronta às ordens do pé direito desde baixos regimes.
A Fiat garante que o 1.3 FireFly gasta menos 20% do que os seus antecessores e que, apesar dos 150 cv, os consumos combinados são de 6,5 l/100 km. As nossas médias foram ligeiramente acima dos 7,5 l/100 km, mas não nos poupámos nem ao 500X, até porque a tentação era grande e a “carne” é fraca. Mas gostar de conduzir (ainda) não é pecado…
Este artigo foi escrito por Rui Reis