Com capacidade para 9.950 pessoas e infinitas opções de entretenimento e luxo, o Icon of the Seas tem levantado muitas questões ambientais.
O maior navio de cruzeiros do mundo, o Icon of the Seas, está a atrair tanto entusiasmo entre os passageiros quanto preocupações entre os ambientalistas. Com um total de 20 andares, 2.805 quartos luxuosos e uma infinidade de opções de entretenimento – piscinas, escorregas, minigolfe, simulador de surf, casino, pista de gelo, o maior parque aquático marítimo do mundo, entre outros –, este gigante dos oceanos – 365 metros de comprimento e 250 toneladas brutas – promete uma experiência inigualável para os passageiros. No entanto, por trás do luxo, surgem as questões preocupantes sobre o seu impacto no ambiente.
Com partida em Miami (Estados Unidos da América), o Icon of the Seas oferece uma variedade de itinerários, incluindo paragens em destinos paradisíacos como a ilha privada da Royal Caribbean – empresa que detém este cruzeiro –, a CocoCay (Bahamas). O preço dos bilhetes desta experiência, que promete ser exclusiva e inesquecível, começam num valor a rondar os 1.600€, em época baixa, e podem chegar aos 4.800€, em época alta, por pessoa para sete noites de viagem neste cruzeiro com capacidade para 9.950 pessoas e oito vezes maior que o lendário Titanic.
No entanto, por trás desta fachada de luxo existem preocupações ambientais. O maior navio cruzeiro do mundo é movido a gás natural liquefeito (GNL), uma escolha que está a gerar debate entre várias associações ambientais. Embora o GNL seja considerado mais limpo do que os combustíveis navais tradicionais, como o gasóleo, os ambientalistas revelam preocupações de que algum gás metano escape para atmosfera.
Bryan Comer, diretor do Programa Marítimo do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), expressou preocupação relativamente à poluição resultante do Icon of the Seas, ao afirmar que a utilização de GNL pode resultar em emissões de gases de efeito estufa significativamente maiores do que o gasóleo marítimo.
“Estimamos que a utilização de GNL, como combustível marítimo, emite mais de 120% de emissões de gases com efeito de estufa ao longo do ciclo de vida do que o gasóleo marítimo. [O Icon of the Seas] é um passo na direção errada”, refere Bryan Comer.
A empresa Royal Caribbean já respondeu a estas mesmas preocupações, garantindo que o Icon of the Seas é 24% mais eficiente em termos de emissões de carbono do que o exigido pelo regulador global de transporte marítimo, a Organização Marítima Internacional (IMO). No entanto, as críticas persistem por parte dos ambientalistas, que alimentam o debate sobre a sustentabilidade dos cruzeiros de luxo num mundo cada vez mais consciente do meio ambiente.