As contas das redes sociais de ‘influencers’ e de criadores de conteúdo online são os principais alvos destes criminosos cibernéticos.
A Procuradoria Geral da República (PGR) emitiu um alerta preocupante sobre o crescente número de furtos de dados de acesso a contas de redes sociais, onde os criminosos têm aproveitado as informações roubadas para promover plataformas fraudulentas de criptomoedas ou extorquir resgates.
Segundo as informações divulgadas pelo Gabinete Cibercrime da PGR, as redes sociais mais afetadas por esta onda de furtos de dados de acesso são o Instagram e o Facebook – ambas do grupo Meta. Os criminosos, após obterem acesso às contas, procedem à alteração de credenciais e informações associadas, efetivamente impedindo os legítimos proprietários de recuperar o controlo das suas contas.
O modus operandi destes criminosos envolve o envio de mensagens de e-mail ou WhatsApp falsamente atribuídas ao serviço de apoio ou de segurança do Facebook ou do Instagram. Ao responderem a estas mensagens e ao fornecerem as suas credenciais e o código de segurança, recebido nos seus telefones, as vítimas inadvertidamente permitem que os criminosos criem uma nova password de acesso à conta e assim assumam o controlo da mesma.
Os principais alvos destas atividades criminosas são as contas de ‘influencer’ e de criadores de conteúdo nas redes sociais, que frequentemente geram renda significativa por meio das suas atividades online. Para além disso, negócios de venda online também têm sido afetados, com o Gabinete Cibercrime a observar que “algumas destas páginas e destes negócios têm ficado irremediavelmente prejudicados” devido a estas situações.
Em relação às contas do Facebook e do Instagram, a PGR constatou que “numa boa parte dos casos identificados, as contas são utilizadas para difusão de mensagens de publicidade a plataformas de investimentos em criptomoedas. Invariavelmente, são plataformas fraudulentas”, refere o comunicado antes de acrescentar que “noutros casos, o dono da conta tem sido abordado pelos criminosos, que lhe pedem um resgate, para lhe serem devolvidas as credenciais de acesso à conta”.
O mesmo comunicado refere ainda que os criminosos parecem ter ligações com a Rússia e a África Ocidental, embora sejam identificados em várias regiões internacionais. Eles aproveitam-se da “grande facilidade” de acesso às contas por meio de diversos dispositivos e do “impulso” quase automático das pessoas em responder a comunicações eletrónicas relacionadas a possíveis questões de segurança.
As autoridades (Gabinete Cibercrime da PGR) fazem um apelo à cautela, aconselhando que mensagens que solicitam informações de autenticação de contas sejam cuidadosamente avaliadas. Qualquer link fornecido nas mensagens deve ser minuciosamente verificado. Caso as mensagens pareçam suspeitas, é aconselhável não responder e, em vez disso, denunciá-las ao Ministério Público ou aos órgãos de polícia criminal, que estão a trabalhar ativamente para identificar e deter os responsáveis por estes crimes cibernéticos ao ponto de pedirem à comunidade online que permaneça vigilante e informe qualquer atividade suspeita. A segurança das suas contas de redes sociais é fundamental para proteger a sua privacidade e evitar ser vítima destes criminosos cibernéticos em ascensão.