O 50º aniversário do 25 de abril de 1974, também conhecido como o dia da Revolução dos Cravos, celebra o fim da ditadura do Estado Novo.
Faz esta quinta-feira, dia 25 de abril de 2024, 50 anos que ocorreu a ação militar liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães que tinham participado na Guerra Colonial e com o apoio de oficiais milicianos, que deitou por terra o regime político da ditadura imposta pelo Estado Novo.
Consequência do golpe de 28 de maio de 1926, nasceu em Portugal uma ditadura de cariz militar que culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmona no ano de 1928. Com a Constituição de 1933 foi instituído um novo regime ditatorial de inspiração fascista – o denominado Estado Novo – liderado por António de Oliveira Salazar, que ficou no poder até este lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968. Até ao dia 25 de abril de 1974 foi Marcello Caetano que dirigiu o país – quase 48 anos de uma ditadura militar que oprimiu o povo português.
Neste dia histórico para Portugal, os militares do MFA ocuparam de madrugada os estúdios da Rádio Clube Português e, através daí, explicaram à população que pretendiam que o país fosse de novo uma democracia, com eleições e liberdades de toda a ordem. Nessa transmissão, a música ‘Grândola Vila Morena’, de José Afonso, tornou-se numa espécie de banda sonora da respetiva ação militar e nos dias de hoje a mesma é ainda associada ao movimento.
Ao mesmo tempo, uma coluna militar com tanques, comandada pelo capitão Salgueiro Maia, saiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e marchou para Lisboa. Na capital, tomou posições junto dos ministérios e depois cercou o quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) do Largo do Carmo, onde se tinha refugiado Marcello Caetano.
Durante esse dia (25 de abril de 1974), a população de Lisboa foi se juntando aos militares e o que era um golpe de Estado transformou-se numa verdadeira revolução. A designação de Revolução dos Cravos surge porque, reza a lenda, uma vendedora de flores começou a distribuir cravos aos soldados, que os enfiaram no cano da espingarda, e ao povo presente, que punham a respetiva flor encarnada ao peito.
Com o 25 de abril de 1974 muito mudou no panorama político e social de Portugal. As eleições passaram a ser verdadeiramente livres e nasceram uma variedade de partidos políticos – até então só existia o partido União Nacional. Desapareceu a chamada polícia política, a infame PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), instalou-se a liberdade de opinião e a imprensa passou a ser livre.